O governador de Lugansk, Serhiy Haidai, disse que a situação “está à beira de ser crítica” e que a região do leste da Ucrânia “é agora como Mariupol”, cidade deixada em ruínas por ataques russos.
“Agora, para a região de Lugansk, é o momento mais difícil nos oito anos da guerra“, disse Haidai, na terça-feira, referindo-se ao início do conflito com os separatistas apoiados pela Rússia, em 2014.
“Os russos estão a avançar em todas as direções ao mesmo tempo, trouxeram um número absurdo de caças e equipamento”, disse o governador na plataforma Telegram.
Haidai acusou também as tropas de Moscovo de implantar táticas de “terra queimada” em toda a região, uma das duas que compõem o coração industrial do leste da Ucrânia.
“Só está a piorar. O que os russos estão a fazer é difícil de descrever em palavras. Os invasores estão a matar as nossas cidades, a destruir tudo ao redor“, disse o governador.
Haidai falou de “bombardeamentos cada vez mais intensos” e acrescentou que “o exército russo pretende destruir completamente Severodonetsk”, uma cidade estratégica a noroeste de Lugansk.
“Somos um posto avançado que retém o ataque e assim faremos. Apesar da superioridade do exército inimigo, venceremos, porque estamos a lutar pela nossa terra”, garantiu.
Também o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que a Rússia está a utilizar tudo à sua disposição na batalha pela região leste do Donbass.
“Praticamente todo o poder do exército russo, o quer que tenha sobrado, está a ser lançado na ofensiva. Liman, Popasna, Sievierodonetsk, Slaviansk: os ocupantes querem destruir tudo lá”, disse o chefe de Estado ucraniano, no discurso noturno à nação.
Na terça-feira, o ministro do Interior da Ucrânia, Denis Monastirsky, indicou que houve mais de 20.000 crimes de guerra.
A Ucrânia vai cooperar “com procuradores estrangeiros, equipas conjuntas de investigação e especialistas”, embora tenha sublinhado que “a maior parte do trabalho tenha sido feito por agentes da polícia ucranianos”, prometeu.
Mais de 13.500 dos crimes foram registados por investigadores da polícia da Ucrânia.
Monastirsky também indicou que a prioridade em todos os “territórios ocupados” é a remoção de minas, de acordo com a agência de notícias ucraniana Unian.