O atirador que matou 19 crianças e 2 adultos numa escola primária de Uvalde, no estado do Texas, terá estado no interior da escola cerca de 40 minutos ou mais após alvejar um primeiro segurança (o sinal de alerta), até a polícia entrar e abater Salvador Ramos a tiro.
A dúvida relativamente ao tempo exato que a polícia terá demorado até entrar na escola deve-se à reprodução das declarações do diretor do Departamento de Segurança Pública do Estado do Texas, Steve McCraw.
Alguns meios norte-americanos, como a estação de rádio pública NPR, referem que o responsável terá dito que o tempo passado entre o atirador alvejar um segurança da escola — que ficou ferido — antes de entrar na mesma e a entrada dos agentes terá sido de entre 40 minutos a uma hora. Já meios como o The New York Post escrevem que Steve McCraw terá dito que a polícia entrou na primária após “cerca de 40 minutos, sensivelmente”.
A informação foi emendada posteriormente, já que um porta-voz das forças de segurança afirmou depois que não era possível apresentar uma “estimativa sólida” sobre quanto tempo Salvador Ramos estivera no interior da escola primária, ou sequer quando foi abatido, relata a NPR.
Não se conhecem ainda as razões para a demora na entrada da polícia na escola primária, numa situação em que um “atirador ativo” estava a disparar sobre seguranças, crianças e professores. Porém, um “responsável da polícia” local, que falou sob condição de anonimato (por não ter permissão para comentar a investigação em curso), revelou em declarações à agência de notícias Associated Press que as forças de segurança tiveram dificuldades em passar por uma porta de sala de aula. Terão mesmo tido de recorrer a um funcionário para lhes ceder uma chave.
Não é claro se este foi o motivo principal para que a polícia não tivesse entrado mais cedo, ou sequer que seja um dos motivos para o tempo de espera da polícia no exterior da escola. Em declarações aos meios de comunicação, o diretor do Departamento de Segurança Pública do Estado do Texas defendeu a ação das autoridades, garantindo que a intervenção policial aconteceu logo que possível.
Alguns dos civis que se encontravam no interior da escola — entre os quais, pais de crianças que Salvador Ramos matou — queixaram-se já, porém, de alegada inação da polícia. Relatos já difundidos apontam para que alguns civis, como uma mulher que se encontrava no exterior da escola, terão mesmo implorado aos polícias, dizendo “entrem lá dentro!” logo no início do ataque. O que não aconteceu.
O pai de uma das crianças que morreu no ataque, Javier Cazares — cuja filha, Jacklyn, tinha 10 anos — afirmou mesmo à estação ABC que, face à demora, chegou a sugerir que alguns civis que ali se encontravam entrassem na escola para tentar travar o atirador. “Vamos entrar rápido porque os polícias não estão a fazer nada do que era suposto estarem a fazer”, terá dito, criticando as autoridades, que diz “não se terem mostrado preparadas”.
A versão das autoridades é diferente. Outro dos responsáveis do Departamento de Segurança Pública do Texas, Cristopher Alvarez, contou à CNN que Salvador Ramos foi rápido a barricar-se numa sala de aula e a trancar a porta, tendo começado depois a disparar em direção às crianças e docentes que o atirador fizera reféns.