Depois da desilusão dois dias antes, com o teste positivo à Covid-19 de João Almeida, a UAE Emirates não tinha propriamente muitos caminhos para poder retirar ainda algo da Volta a Itália e pior ficou quando, à semelhança de outras etapas, Fernando Gaviria e restantes sprinters de topo não conseguiram anular a fuga de quatro corredores que frustrou as intenções na chegada a Treviso. Sem especialistas puros no contrarrelógio, sobrava um caminho e o mais complicado de todos. E foi aí que esteve o sucesso.

Resistiu a tudo menos à Covid-19: João Almeida testa positivo, desiste do Giro e perde hipótese de fazer história com camisola branca

Na ligação entre Belluno e Marmolada de 168 quilómetros, naquela que era considerada por muitos a etapa rainha de 2022 no culminar de uma semana que foi praticamente toda com chegadas de montanha, toda a estratégia da UAE Emirates resultou na perfeição, com Davide Formolo e Alessandro Covi a seguirem na fuga do dia para o último descolar e conseguir mesmo a vitória apesar da boa resistência de Domen Novak, o corredor que a Bahrain lançou este sábado na frente depois do sucesso com Santiago Buitrago. Após ficar sem o seu chefe de fila e a mais do que provável camisola branca, chegou a primeira vitória no Giro.

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No entanto, o grande motivo de interesse acabou por ser a luta entre Richard Carapaz e Jai Hindley (e Mikel Landa, para quem acreditasse que fosse possível um “milagre” do espanhol que ainda para mais é o menos talhado para o contrarrelógio), com vitória clara do alemão sobre equatoriano e da Bora frente à Ineos. A dois quilómetros do final, na zona mais complicada da subida, Hindley, que nunca esboçou um verdadeiro ataque em todas as subidas até aqui, aproveitou o fantástico trabalho de Kämna para ir embora e ganhar uma boa distância de Carapaz, praticamente definindo o vencedor da Volta a Itália com o sexto lugar na etapa, atrás de Covi, Novak, Giulio Ciccone, Antonio Pedrero e Thymen Arensman.

No total, o equatoriano perdeu quase um minuto e meio perante a incapacidade de resistir à aceleração do germânico, que passou a ter a camisola rosa com 1.25 minutos de avanço antes do contrarrelógio decisivo de Verona este domingo. Já Landa, que mesmo assim ganhou tempo a Carapaz, ficou a 1.51, tendo já certo um lugar no pódio perante a diferença de mais de seis minutos para Vincenzo Nibali (7.56). O top 10 da geral não sofreu alterações, mantendo ainda Pello Bilbao, Jan Hirt, Buchmann, Pozzovivo, Juan Pedro López (que vai ficar com a vitória na camisola branca da juventude) e Hugh Carthy.