Os aliados da NATO continuam empenhados em “repelir a agressão russa” na Ucrânia e também conceder a Kiev uma “posição forte” na mesa de negociações. Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, garantiu que o objetivo é “garantir a soberania ucraniana”, bem como defender os “valores democráticos”. Para tal, é necessário armas — algo que os Estados Unidos têm fornecido a Kiev, mantendo uma “relação de confiança” com as autoridades ucranianas para que estas não ataquem a Rússia com armamento norte-americano, utilizando-o apenas para fins defensivos.

Numa conferência de imprensa que juntou Antony Blinken e o secretário-geral da NATO Jens Stoltenberg, o chefe da diplomacia norte-americano sublinhou que foi a Rússia quem atacou a Ucrânia e que isso justifica o envio de armamento, referindo também que “a melhor maneira de evitar uma escalada é a Rússia acabar com a agressão e a guerra”. Por sua vez, o alto dirigente da aliança militar lamentou que não se veja “nenhum sinal” para que tal aconteça.

Os líderes concordaram que a Rússia, quando desencadeou a invasão, não esperava a unidade da NATO. “O que vemos é uma união sem precedentes entre os aliados da NATO na resposta à agressão russa contra a Ucrânia. As sanções pesadas são sem precedentes”, disse Jens Stoltenberg, que considera que o Presidente russo, Vladimir Putin, cometeu um “erro estratégico”: “Subestimou o poder e a habilidade do povo ucraniano na defesa do seu país e também subestimou os parceiros e os aliados da NATO no seu apoio à Ucrânia”.

“Se o Presidente Putin ganhar é perigoso e o preço que teremos de pagar é maior”, assinalou Jens Stoltenberg, que também assegurou que os aliados estão “a monitorizar os exercícios nucleares” da Rússia. “A retórica é perigosa, é algo que aumenta a tensão”, avisou o norueguês, ressalvando, contudo, que “não tem havido nenhuma mudança da postura nuclear da Rússia”. 

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Sobre a atual fase de combate no leste da Ucrânia, Antony Blinken realçou que as “guerras são imprevisíveis” e que o conflito irá evoluir para que Moscovo e Kiev se sentem à mesa das negociações. Não sabendo detalhar quando é que isso acontecerá, o secretário de Estado afirmou que também depende da “capacidade da Ucrânia” de se impor na mesa das negociações.

Suécia e Finlândia na NATO são “vitória para a democracia”

Antony Blinken abordou também a decisão de a Finlândia e de a Suécia se juntaram à NATO. “Foi uma vitória para a democracia”, sublinhou. O motivo? Os líderes dos países nórdicos “estão à procura da NATO não porque os líderes o quiserem, mas porque foram os cidadãos que o quiseram”. Isto ao contrário dos Estados autocráticos — como a Rússia —, cujos líderes “mentem às suas pessoas para desencadear uma guerra”.

O possível veto turco à entrada da Finlândia e da Suécia é um assunto que está a ser discutido por todos os Estados-membros da aliança defensiva. Aliás, Jens Stoltenberg anunciou que haverá uma reunião “nos próximos dias”, em Bruxelas, entre os altos dirigentes finlandeses, suecos e turcos.

Os três países precisam de discutir as divergências entre si, apontou o secretário-geral, que garantiu ter em consideração as preocupação da Turquia, um “aliado importante” devido à sua posição geográfica.