O antigo presidente executivo da holding da EDP António Mexia sente “uma enorme sensação de injustiça” por ser arguido há cinco anos num processo de suspeitas de corrupção ativa.

Em declarações ao semanário Expresso, publicadas esta quinta-feira, Mexia afirmou: “Neste momento quero sobretudo sublinhar a enorme sensação de injustiça de que estou a ser alvo, num assunto que foi objeto de longo e muito intenso escrutínio nacional e internacional”.

Ainda nas declarações ao Expresso, Mexia comentou as suspeitas de corrupção investigadas pelo DCIAP relativamente ao regime dos CMEC – Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual. Este foi um mecanismo criado em 2004 pelo Governo de Pedro Santana Lopes, que Mexia integrava como ministro das Obras Públicas, para compensar a EDP pela liberalização do mercado energética imposta no ano anterior (2003) pela Comissão Europeia. Sobre as suspeitas relacionadas com este regime compensatório, Mexia apontou: “Destaco em particular as decisões públicas da Comissão Europeia, que, de forma inequívoca, contrariam a tese de qualquer favorecimento à EDP”, aponta Mexia.

Caso EDP. António Mexia e Manso Neto jogam a cartada da prescrição

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António Mexia foi constituído arguido a 2 de junho de 2017, na sequência de buscas à EDP. Tal como João Manso Neto, antigo administrador da elétrica, é suspeito de quatros crimes de corrupção ativa e de alegados subornos ao antigo ministro Manuel Pinho (Governo Sócrates), ao ex-diretor-geral da Energia Miguel Barreto e a João Conceição, antigo consultor de Pinho no Ministério da Economia e atual administrador da REN.

Quer a Mexia quer a Manso Neto, o MP imputa ainda o crime de participação económica devido ao negócio relacionado com alegadas irregularidades na adjudicação da construção da barragem do Baixo Sabor ao consórcio Grupo Lena/Odebrecht.

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