Existem memórias que desvanecem com o tempo: a mente deixa de conseguir reproduzir as sensações de um determinado momento especial, o corpo deixa de ter estímulo para senti-las, as imagens que visualizamos já surgem com interferência e alguma estática como na televisão (tinha piada, não tinha?) e depois, se tivermos a sorte de tê-las vivido com outras pessoas, contamos com esse apoio para recuperar tudo o que o tempo nos tirou. Uma dessas memórias, talvez das mais especiais em fase de crescimento, são aqueles primeiríssimos segundos em que pela primeira vez, depois de algumas quedas em todos os sítios possíveis, conseguimos tirar os pés do chão e colocá-los nos pedais, conseguimos relaxar um pouco as mãos que agarram o volante porque confiamos na nossa capacidade de olhar em frente, conseguimos pela primeira vez manter o equilíbrio, em linha reta, e experimentamos aquela que é a sensação de andar de bicicleta (sem cair).
Ora, se para muitos de nós esta aprendizagem aconteceu com cinco, seis anos, talvez um pouco mais tarde, existem pessoas que, por variadíssimas razões, nunca conseguiram enfrentar o mundo em cima de duas rodas. Talvez por falta de interesse, talvez por medo — porque apanharam um susto quando eram mais novas —, talvez por vergonha, talvez por, na fase adulta, não terem encontrado a oportunidade ideal para aprender a andar de bicicleta.
Assim que saímos à rua, não é difícil perceber que existem cada vez mais pessoas, na selva urbana e nas pequenas aldeias, a optar pela utilização deste veículo em vez do carro: menos dores de cabeça, mais rapidez, menos dinheiro a sair da carteira. Além disso, o ambiente agradece (e o corpo também).
Neila Abubacar realizou um sonho antigo com 41 anos, quando aprendeu a andar de bicicleta. Se atualmente utiliza a bicicleta para momentos de lazer, como pedalar pela Ciclovia do Guincho, do Parque das Nações, de Algés, houve uma altura em que não era assim. Foi com o projeto Pedala com a Cofidis que tudo mudou: “foi uma oportunidade de concretizar um sonho antigo. Agora já posso complementar os meus treinos no ginásio com exercício de bicicleta e acompanhar o meu namorado nos seus treinos de handbike”.
Neila já tinha tentado aprender e superar o medo de se equilibrar em duas rodas várias vezes, mas sempre sem sucesso. “Para além do medo de me magoar, por ter presenciado de perto um acidente grave de bicicleta quando era muito nova, o facto de ser canhota também dificultava quem me tentava ensinar”, conta ao Observador Lab.
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Quantas vezes já pensou em aprender a andar de bicicleta? A iniciativa “Pedala com a Cofidis”, em parceria com técnicos especializados da Federação Portuguesa de Ciclismo é a oportunidade ideal para aprender. Este projeto pretende ensinar crianças (a partir dos 3 anos de idade) e adultos a andarem sobre duas rodas e, assim, contribuir para um estilo de vida mais saudável e sustentável. Este programa inclui aulas gratuitas de aprendizagem e domínio da bicicleta até novembro de 2022, em vários pontos de norte a sul do País.
Existem dois turnos em cada sessão, das 10 às 13 horas e entre as 15 e as 18 horas, e é uma iniciativa aberta a todos. Faça já a sua inscrição e acompanhe as datas e localidades onde vai decorrer esta ação. Mais informação aqui.
Quando surgiu a oportunidade de se inscrever numa edição do projeto da empresa onde trabalha — a Cofidis —, e que pretende ensinar esta competência a crianças (a partir dos 3 anos) e adultos, não hesitou. Neila, que é Gestora de Transformação da empresa, partilha que decidiu inscrever-se “sem grandes expectativas e até com alguma timidez por imaginar que seria um evento mais orientado para crianças”.
Contudo, esta iniciativa em parceria com a Federação Portuguesa de Ciclismo, alterou rapidamente a perceção que tinha acerca da aprendizagem. “O ambiente acolhedor e descontraído que a Cofidis preparou fez-me perder a timidez e, com o acompanhamento dos técnicos da Federação Portuguesa de Ciclismo, comecei logo a treinar o equilíbrio sem os pedais, depois desafiaram-me a colocá-los e em pouco tempo, estava a pedalar”. Hoje em dia, a sensação é diferente e recompensadora: Neila tem 43 anos e há dois anos que mantém estilo de vida mais ativo, tudo isto, graças à bicicleta. Quisemos perceber o que sente alguém que aprende a equilibrar-se em duas rodas: Neila fala em liberdade. “É uma sensação de liberdade e tem a vantagem de poder passear ao ar livre e fazer exercício ao mesmo tempo! Estou muito grata à Cofidis e à Federação Portuguesa de Ciclismo e espero que esta iniciativa se repita mais vezes!”, remata.
A Neila superou o receio, o medo, a vergonha e hoje em dia é mais uma mulher portuguesa a incorporar a bicicleta no seu estilo de vida, escolhendo uma vida mais ativa e próxima da natureza sempre que pode.
A Neila arriscou. E os leitores que ainda têm o sonho de aprender a andar de bicicleta? Vão continuar só a sonhar?
Se mesmo assim ainda não está convencido o Miguel Oliveira dá uma ajuda.
Até novembro vamos percorrer Portugal de norte a sul. Consulte a agenda e venha aprender connosco.