No basquetebol como em qualquer outra modalidade, todos os pormenores contam e não terá sido por acaso que, numa imagem raras vezes vista, alguns jogadores do Benfica deslocaram-se ao Pavilhão João Rocha para assistirem ao jogo 3 da meia-final entre Sporting e FC Porto, que viria a apurar os dragões para a decisão do título frente aos encarnados. O campeão estava de fora e as duas equipas com mais troféus no panorama nacional enfrentavam-se no momento das decisões, podendo quebrar jejuns de cinco ou seus anos sem títulos depois do bicampeonato da Oliveirense, da paragem nas competições pela pandemia e do título dos leões na última temporada. A luta começava e em versão dupla no Pavilhão da Luz.

Em quatro encontros na presente temporada, entre primeira e segunda fase regulares, o FC Porto tinha vantagem por 3-1, sendo que o único duelo que caiu para o Benfica terminou com o resultado mais largo de todos (79-63). Agora, de uma forma que poucos esperavam, os encarnados não só foram melhores como conseguiram colocar a partida em diferenças de 20 pontos no terceiro triunfo, com um verdadeiro festival de triplos (14 convertidos) e uma percentagem de eficácia maior do que nos lançamentos de dois.

Os encarnados tiveram uma entrada de sonho no jogo, chegando a um parcial de 9-1 logo a abrir depois de um triplo de Broussard e uma jogada de cesto e falta para Betinho perante o total desacerto do FC Porto no jogo nos três minutos iniciais. O Benfica teve ainda mais uma vantagem de oito pontos (12-4) mas um tiro exterior de Kloof permitiu que os azuis e brancos fossem conseguindo reduzir o fosso no marcador, com apenas uma posse de bola de diferença no final do primeiro período do encontro (17-14). 

Os dragões estavam longe do rendimento apresentado na meia-final frente ao Sporting. É certo que a boa percentagem de lançamento dos encarnados e a agressividade que o adversário colocava na defesa eram condicionantes para surgir o melhor FC Porto mas se o primeiro período tinha começado mal, o segundo acabou pior ainda com o Pavilhão da Luz a sentir que podia estar ali a vitória: Betinho e Broussard voltaram a estar certeiros de fora, Gaines continuou a desequilibrar e o intervalo chegou já com 40-26.

O FC Porto precisava fazer algo de diferente mas foi o Benfica que apareceu ainda melhor no reatamento, com Betinho, Broussard, Gaines e Ivan Almeida em dia “sim” não só no ataque mas também na capacidade para colocar os dragões em posições mais desconfortáveis em ataque organizado, permitindo que o avanço chegasse à casa dos 20 pontos (49-29) com apenas quatro minutos do terceiro período e com Morrisson a sair lesionado num pé sem perspetivas de regresso. Um dado para se perceber a diferença: enquanto a equipa da casa seguia com 50% de triplos (dez em 20), os visitantes tinham… 9% (um em 11). Assim, o Benfica chegou com naturalidade ao 62-41 no final do terceiro parcial, gerindo depois a vantagem nos derradeiros dez minutos que serviram apenas para confirmar o triunfo por claros 79-58.

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