A Autoridade Tributária e Aduaneira desmente que algum dos seus inspetores tenha almoçado com Luís Filipe Vieira no dia em que este foi detido, tal como fora afirmado pelo próprio.
Ao Observador, a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) começa por explicar que no dia 7 de julho do ano passado, “com a colaboração da PSP, cumpriu mandados de busca e de detenção emitidos pelo Mm.º Juiz de Instrução Criminal e pelo titular do inquérito do Ministério Público, no âmbito da designada Operação Cartão Vermelho”.
Deixando claro que não se pronuncia sobre declarações de arguidos, fonte oficial garante “que aos inspetores da AT que participaram nas referidas diligências não foi servida, nem aceitaram qualquer refeição por parte do arguido, em linha com o Código de Conduta da Autoridade Tributária”.
Recorde-se que Luís Filipe Vieira começou por dizer que almoçou com inspetores que fizeram buscas em sua casa, numa entrevista que deu na passada segunda-feira à CMTV, tendo no dia seguinte no mesmo canal referido que eram inspetores tributários.
Quando o ex-presidente do Benfica chegou aos estúdios para a segunda entrevista, já a PSP tinha negado que fossem agentes daquela polícia a almoçar com Vieira e a Judiciária tinha deixado claro que nem sequer participou na Operação Cartão Vermelho. Foi nesse contexto que Luís Filipe Vieira precisou que quem lhe fez companhia foram inspetores tributários.
O tema foi referido pelo jornalista João Ferreira, que assumiu a “falha” de ter falado em inspetores e referiu terem sido “agentes, elementos da Autoridade Tributária”. “O meu amigo [ndr: referindo-se ao antigo presidente do Benfica] ofereceu almoço a elementos da Autoridade Tributária. Só depois do almoço é que o avisaram que ia ser detido…”, disse o jornalista. A resposta de Vieira foi simultânea. Ao mesmo tempo que acenou a cabeça em sinal de concordância, afiançou: “Sim… Que ia ser detido”.
Questionada pelo Observador, a Procuradoria Geral da República ainda não se pronunciou sobre esta informação.