Continua a senda russa para conquistar totalmente Lugansk até domingo. Neste momento, 95% território já está sob controlo da Rússia, mas a vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maliar, já tinha dito que “sem exagero, batalhas decisivas estão a ocorrer” na região e que a situação é extremamente difícil.
Na ressaca da iniciativa lituana para fechar portas ao trânsito de mercadoras na fronteira com a Rússia, o Kremlin vai convocar ainda esta terça-feira o embaixador da União Europeia em Moscovo para uma reunião sobre o assunto. Não há confirmação oficial de que esse contacto já foi estabelecido.
O primeiro-ministro António Costa informou ter conversado por telefone com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, os EUA confirmaram a morte do segundo cidadão norte-americano nos conflitos e o site do jornal The Telegraph foi bloqueado na Rússia. Vladimir Putin anunciou ainda que vai “desenvolver e reforçar” as forças armadas do país.
Joe Biden afirmou que a guerra será um “jogo de paciência”, Zelensky apelou a um sétimo pacote de sanções da União Europeia contra Moscovo e as forças ucranianas tentaram reconquistar a Ilha das Cobras. Além disso, pelo menos 15 pessoas morreram na região de Kharkiv e começou o julgamento de um deputado municipal de Moscovo por ser contra a guerra, sob a acusação de ter declarado “informação falsa”, enfrentando uma pena de até 10 anos de prisão.
Este é um ponto de situação das informações mais relevantes das últimas horas na guerra da Ucrânia.
O que aconteceu na tarde e noite?
- O Presidente norte-americano Joe Biden afirmou hoje que não teme uma fratura na aliança do Ocidente com o desenrolar da guerra na Ucrânia, embora tenha expressado preocupação com um prolongamento do conflito no leste da Europa. “Acho que, a dado momento, a guerra será uma espécie de jogo de paciência”, disse o líder dos EUA.
- No seu discurso diário, Zelensky explicou que tanto ele como Costa concordaram em “envolver a experiência do país [Portugal] na aproximação à União Europeia”. Segundo o site da Presidência, em todas as conversas, o Presidente da Ucrânia salientou a necessidade de adotar um sétimo pacote de sanções da União Europeia contra a Rússia.
- O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, irá realizar uma visita oficial ao Irão esta quarta-feira, afirmou a agência de notícias estatal russa Tass.
- As forças ucranianas lançaram uma missão noturna “extensa” para reconquistar a Ilha das Cobras, um posto no Mar Negro capturado pelas tropas russas no início da guerra. Moscovo afirma ter repelido o ataque.
- Os Estados Unidos consideram “horrível” que a Rússia pondere condenar à morte dois norte-americanos capturados na Ucrânia e confirmaram que um segundo cidadão norte-americano foi morto em combate no país.
- O ministro alemão da Economia e Clima, Robert Habeck, disse hoje que as reduções nas entregas de gás russo para a Europa através do Nord Stream são um “ataque” que visa “semear o caos no mercado energético europeu”.
- Pelo menos 15 pessoas morreram na região de Kharkiv, esta terça-feira, na sequência de um bombardeamento russo. A informação foi transmitida pelo governador regional Oleh Synegubov. Kharkiv voltou a ser um dos alvos preferenciais da Rússia nos últimos dias.
- Um responsável sénior do governo ucraniano foi detido por suspeita de passar informação para a Rússia relativa a capacidades de defesa e dados pessoais de oficiais ligados à justiça.
- A Ucrânia confirmou ter atingido uma plataforma de exploração de petróleo no Mar Negro, por estar a ser utilizada como instalação militar pelas tropas russas. Tropas russas estariam a utilizar a plataforma para “armazenar equipamento de defesa aérea, radares e equipamento de reconhecimento” que “ajudava os russos a ter o controlo do noroeste do Mar Negro”.
- O Alto Representante da Comissão Europeia para a política externa, Josep Borrell, afirmou hoje que o trânsito entre Kaliningrado e o resto da Rússia não foi bloqueado. “Não existe nenhum bloqueio” disse Borrell, citado pela CNN. “O trânsito de passageiros e bens que não foram sancionados [pela União Europeia] continua.”
- O embaixador da Rússia junto da ONU incluiu hoje Portugal numa lista de países fornecedores de equipamento militar a Kiev, acusando-os de serem “diretamente responsáveis pelo arrastar” da guerra. Vasily Nebenzya criticou o Ocidente por fornecer armamento e artilharia de longo alcance a Kiev, visando atingir “a população civil de língua russa” na região do Donbass.
- Os Estados Unidos da América afirmaram hoje discordar “vigorosamente” da posição russa em relação aos dois cidadãos norte-americanos capturados na Ucrânia não serem protegidos pela Convenção de Genebra.
- A Estónia acusou a Rússia de violar o seu espaço aéreo pela primeira vez, no que é considerado um “ato altamente provocativo” em véspera de uma importante cimeira da NATO. A Estónia acusou ainda a Rússia de simular diariamente ataques de mísseis ao país.
- Em resposta ao Observador, governo lituano garante não estar a aplicar “qualquer sanção unilateral” contra a Rússia no bloqueio parcial a Kaliningrado. “Lituânia aplica as medidas da UE”, diz MNE.
- A polícia de Miami está a comprar as armas dos residentes da cidade para que sejam enviadas para os combatentes ucranianos, numa tentativa de retirar o armamento das ruas. Ao todo, foram recolhidas 68 armas no domingo.
- Um tribunal de Moscovo iniciou hoje o julgamento de um deputado municipal da capital russa por se opor à invasão da Ucrânia. Alexei Gorinov enfrenta até 10 anos de prisão por ter dito, em março, que a Rússia é um “estado fascista” que quer conquistar a Ucrânia. Uma nova lei aprovada após a24 de fevereiro estipula que qualquer declaração contra a “operação especial militar” é proibida no país.
O que aconteceu no final da manhã e início da tarde?
- Um edifício universitário em Kharkiv foi atingido por bombas russas. O chefe da polícia de Kharkiv disse que o ataque teve como objetivo a intimidação da população.
- Lituânia cortou o acesso a Kaliningrado. Especialista em assuntos europeus acredita que se “pode tentar uma via diplomática numa altura em que a Rússia está a bloquear o acesso aos cereais ucranianos”.
- O Departamento de Estado dos EUA confirmou hoje a morte do segundo cidadão norte-americano na Ucrânia, que terá morrido a 15 de maio enquanto participava na luta contra as tropas russas na vila de Dorozhniank.
- O presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, anunciou que não conseguiu chegar a um acordo com a Turquia. Sauli Niinisto constatou que, provavelmente, a adesão à NATO não ocorrerá antes do mês de setembro.
- O primeiro-ministro António Costa confirmou nas redes sociais que esteve à conversa por telefone com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
- A Rússia acusou hoje a União Europeia de encorajar uma escalada de tensões com as restrições à passagem de bens através da Lituânia para o enclave de Kaliningrado e ameaçou com represálias.
- Uma escola na cidade de Avdiivka, na região de Donetsk, ficou em chamas após os ataques das tropas russas durante a noite, avançou a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Emine Dzheppar.
- O site do jornal britânico The Telegraph foi bloqueado na Rússia. O The Telegraph divulgou “informações imprecisas sobre a operação militar especial conduzida pelas Forças Armadas da Rússia no território da Ucrânia” e, por esta razão, o acesso ao site foi restringido, explicou o regulador do país, Roskomnadzor.
- A Rússia voltou hoje a repudiar o bloqueio parcial de mercadorias que a Lituânia aplicou ao enclave de Kaliningrado. Um dos aliados de Vladimir Putin e o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, afirmou que a população lituana sofrerá “impacto muito negativo” se o bloqueio não for imediatamente levantado.
- O Presidente da Rússia anunciou hoje que vai continuar a “desenvolver e reforçar” as forças armadas do país, “tendo em conta as potenciais ameaças e riscos militares.
- Dmitri Mouratov, chefe de redação do jornal de investigação independente Novaïa Gazeta, leiloou a medalha que recebeu pela conquista do prémio Nobel da Paz em benefício das crianças deslocadas pelo conflito na Ucrânia. O leilão decorreu na madrugada desta terça-feira, em Nova Iorque, e a medalha foi vendida por 103,5 milhões de dólares, o equivalente a 98 milhões de euros.
O que aconteceu durante a madrugada e manhã?
O jornalista russo Dmitry Muratov conseguiu leiloar a medalha do Prémio Nobel da Paz por 103,5 milhões de dólares (o equivalente a quase 98 milhões de euros). O galardão foi conquistado em 2021. O dinheiro vai ser investido na resposta humanitária da UNICEF para crianças refugiadas ucranianas.
Um armazém de bens alimentares foi destruído por um míssil na cidade de Odessa na segunda-feira, confirmaram fontes militares ucranianas durante a madrugada. A cidade foi alvo de 14 ataques aéreos ao longo de três horas. Não houve vítimas mortais nem feridos.
As forças ucranianas anunciaram que conseguiram pela primeira vez perpetrar um ataque bem sucedido com mísseis anti-navio Harpoon, doados pelo Ocidente, contra a Rússia. O Ministério da Defesa explicitou que o alvo do ataque terá sido o rebocador naval russo Spasatel Vasily Bekh, que estava a deixar armas e soldados na Ilha das Serpentes, no noroeste do Mar Negro.
Todas as sete torres de televisão na região de Kherson já foram reconfiguradas para transmitir a televisão russa. As forças do Kremlin no terreno terminaram esta madrugada a reconfiguração da última torre que faltava para garantir a transmissão.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia vai convocar Markus Ederer, embaixador da União Europeia em Moscovo, para uma reunião sobre a proibição da Lituânia ao trânsito de mercadorias através de Kaliningrado à conta das sanções europeias.
Pelo menos três pessoas morreram e outras duas ficaram feridas na sequência de ataques aéreos que atingiu a região de Kharkiv.
Os dois norte-americanos que estavam a combater na Ucrânia e que foram capturados pelas forças russas estão na região de Donetsk, está a avançar a Interfax, citando uma fonte anónima.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vai participar por videoconferência na cimeira da NATO, que vai decorrer em Madrid, a 29 e 30 de junho, disse o diretor adjunto do gabinete presidencial.