A primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, receia que uma possível invasão russa possa destruir completamente as repúblicas Bálticas (Estónia, Letónia e Lituânia). Em declarações ao Financial Times, Kaja Kallas sublinhou que uma ofensiva do Kremlin aos três territórios “significaria a destruição completa dos países e da cultura”. Para expor o seu ponto de vista, aludiu ao “tamanho da Ucrânia” quando comparado com o dos “três países Bálticos”.

Kaja Kallas assinalou que Tallin, a capital da Estónia, “seria completamente arrancada do mapa” num possível cenário de invasão russa, assim como a cultura e o povo do país, destruindo “séculos de História e de cultura”.

Para evitar este cenário, a primeira-ministra da Estónia apelou a que a NATO aumente a sua presença militar nas três repúblicas Bálticas. A aliança militar não pode aplicar uma estratégia de primeiro “perder” e “depois libertar” os territórios ocupados pela Rússia, exemplificando com o massacre de Bucha, que ocorreu 80 dias depois de a invasão à Ucrânia ter começado. “Toda a gente vê que este conceito não resulta”, apontou.

Além disso, Kaja Kallas indicou ter falado com as tropas estrangeiras que estão neste momento na Estónia, revelando que os soldados a informaram que, em caso da invasão da Rússia, o cenário mais provável é que fossem exterminados por causa da falta de apoio militar. “Eles não gostam da ideia de que [provavelmente] seriam mortos.”

Nem todas as forças nos três países Bálticos teriam de ser estrangeiros, ressalva a primeira-ministra da Estónia, que também assinalou que haveria brigadas de soldados da Estónia, Letónia e Lituânia.

Kaja Kallas manifestou-se ainda a favor da entrada da Finlândia e da Suécia da NATO. A Estónia é “maior apoiante” da entrada dos dois países nórdicos na aliança militar, ainda que a primeira-ministra não acredite que o assunto esteja resolvido até à cimeira da NATO em Madrid, marcada para a próxima semana, por causa do veto da Turquia.

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