Andou mais perto, nem por isso conseguiu entrar. Miguel Oliveira não tem sido particularmente feliz nas qualificações para as corridas na presente temporada, tendo alcançado por exemplo os três recentes nonos lugares em Itália, na Catalunha e na Alemanha partindo sempre abaixo da quarta linha da grelha. Todavia, e dentro de alguns sábados falhados, o português pareceu ter outras armas para voltar a lugar pela Q2 mais uma vez no traçado germânico, acabando em quarto da Q1 mas com registos mais próximos dos líderes. E, antes da corrida, era isso que o português iria tentar alcançar agora em Assen, nos Países Baixos.

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“Estava a um ritmo bastante bom. Senti-me muito confortável com a mota. Rapidamente consegui impor um bom ritmo. Para o final da sessão queria apenas fazer umas voltas sozinho mas não consegui. Além disso, tinha na minha última volta todos os meus parciais melhorados quando o Morbidelli decidiu não continuar a sua volta. Obviamente, deixou-me com bastante tempo perdido. Tive pena por não ter completado a volta. O ritmo é bastante bom”, comentou à SportTV o piloto da KTM depois das duas sessões de treinos livres onde acabou em 16.º lugar mas com um rendimento melhor do que a posição.

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Depois de ter acabado a primeira sessão à chuva e em pista molhada com o sexto registo, Miguel Oliveira chegou a liderar os TL2 durante alguns minutos, esteve mais de metade desse período no top 5 dos mais rápidos, caiu alguns lugares no final sem ter grande margem para melhorar o resultado e viu a bandeira de xadrez após uma volta em que estava a melhorar nos dois primeiros setores mas que acabou por perder terreno até à meta sem tempo para uma resposta. Com a incógnita ainda sobre o tempo que se faria sentir este sábado de manhã, caíra uma boa oportunidade para se posicionar em lugares de Q2 mas com essa garantia de que a moto dava sensações melhores em qualificação do que nas últimas semanas.

Na Alemanha, com mais uma nona posição, Miguel Oliveira subira ao décimo lugar a meio do Mundial, a cinco pontos das Suzuki de Joan Mir e Álex Rins e a 18 da quinta posição ocupada pelo companheiro de equipa Brad Binder. E, numa fase em que não terá ainda qualquer acordo assinado com uma equipa para 2023 entre o leque de opções que abrange Aprilia, Ducati, Honda e a própria KTM através da Tech3, conseguir uma boa qualificação era um passo importante para confirmar em corrida a ascensão depois de uma fase menos conseguida da temporada. No entanto, o português acabou por não conseguir melhorar o registo na terceira sessão de treinos livres, caindo para a Q1 com a 15.ª posição de manhã, um lugar acima do companheiro Brad Binder que tinha terminado o primeiro dia nas vagas de Q2.

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De novo com o risco de chuva em Assen a pairar, a Q1 começou com uma situação insólita em que Enea Bastianini saiu do pit lane mas ficou sem moto por falta de potência que não permitia a subida de rotações, encostando depois num muro antes de voltar às boxes para sair com a moto secundária. Ao mesmo tempo, Miguel Oliveira saía também para a pista com a habitual rotina de se benzer antes de começar a acelerar para o terceiro lugar (primeira volta lançada) e para a liderança com 1.32,550 (segunda volta lançada). Na primeira fase da Q1 eram as KTM que dominavam com o português na frente e Binder em segundo.

À exceção de Bastianini, que estava em contraciclo depois do problema que teve, todos os pilotos voltaram às boxes e foi nesse momento que começou a chover no setor 3, uma notícia que colocava como muito provável a passagem de Miguel Oliveira à Q2 perante os tempos mais lentos e as maiores dificuldades com o asfalto, que fizeram por exemplo com que Joan Mir caísse na primeira volta após o regresso. Binder ainda conseguiu superar o registo de Oliveira mas ambos conseguiram passar à fase seguinte, com a primeira passagem do português à Q2 desde final de abril, quando saiu de 11.º para o Grande Prémio de Portugal.

Miguel Oliveira já tinha garantido assim a terceira melhor qualificação da temporada, depois da sétima posição na Indonésia e da 11.ª posição no Algarve. Além disso, foi 14.º no Qatar e na Alemanha, 15.º em Itália, 16.º na Catalunha e na Argentina, 17.º em França, 20.º nas Américas e 21.º em Espanha. Mas queria mais, sabendo que o primeiro objetivo do dia (talvez o maior) estava alcançado. Jorge Martín foi o primeiro a dar nas vistas com a liderança, o português ficou em oitavo nas voltas iniciais antes de descer depois à décima posição numa ronda que deixou o número 88 a um segundo dos mais rápidos antes de melhorar e subir à condição ao sétimo posto quando Bagnaia conseguira o melhor tempo antes de Jorge Martín e Jack Miller caírem e condicionarem algumas voltas lançadas. Oliveira acabaria com o oitavo registo, na segunda melhor qualificação do ano e o regresso à terceira linha da grelha de partida.

Contas feitas, Pecco Bagnaia conseguiu a quarta pole position nas últimas seis corridas, tendo a seu lado o líder do Mundial (e campeão em título), Fabio Quartararo, e Jorge Martín. Na segunda fila para a corrida deste domingo marcam presença Marco Bezzecchi (que teve sempre um bom ritmo mas não evitou uma queda), Aleix Espargaró e Jack Miller, ao passo que na terceira ficaram Johann Zarco, Miguel Oliveira e Álex Rins. Brad Binder, Maverick Viñales e Nakagami fecharam a qualificação na Q2.