O ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó, acusou esta segunda-feira a Comissão Europeia (CE) e o magnata norte-americano George Soros de organizar a chegada de refugiados à Europa e de os encorajar a cometer crimes.
Chegou a altura de Bruxelas e das ONG de Soros deixarem de encorajar e organizar a imigração”, disse Szijjártó na cidade sérvia de Subotica, onde assinou com o Governo sérvio um acordo que regula o controlo do tráfego terrestre, ferroviário e fluvial na fronteira comum.
“Pedimos-vos que não encorajem [os refugiados] a cometer crimes e a violar a soberania da Sérvia e da Hungria”, disse ele aos jornalistas.
O ministro húngaro aludiu a violentos confrontos que ocorreram no sábado passado entre dois grupos de refugiados acampados numa floresta em torno de Subotica, a um quilómetro da fronteira húngara, em que uma pessoa foi morta e outras seis ficaram feridas.
A região faz parte da chamada rota dos Balcãs, ao longo da qual muitos migrantes tentam chegar à União Europeia (UE) para procurar asilo, fugindo de conflitos no Médio Oriente, na Ásia e em África.
Em declarações, que também publicou nas redes sociais, o ministro húngaro comentou que os imigrantes ilegais “estão a tornar-se cada vez mais agressivos“.
“Não é uma questão de direitos humanos, é uma questão de ameaça à segurança”, acrescentou ele.
Szijjártó previu ainda que a crise alimentar desencadeada pela invasão russa à Ucrânia intensificará o fluxo de migrantes e já avisou que o seu país “não permitirá a entrada de quaisquer imigrantes ilegais”.
As Organizações Não-Governamentais (ONG) têm acusado repetidamente as autoridades da Hungria, que é governada pelo partido conservador Fidesz (União Cívica Húngara) do primeiro-ministro ultra-nacionalista Viktor Orbán, de violar os direitos dos refugiados e de os repatriar frequentemente para a Sérvia, o que é proibido.