O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, é o candidato favorito entre os conservadores para suceder a Boris Johnson como líder do Partido Conservador, segundo uma sondagem divulgada esta quarta-feira.

Num inquérito a 716 membros do Partido Conservador, Wallace, que permaneceu leal ao primeiro-ministro até ao último minuto, recebeu 13% de apoio na sondagem de opinião do YouGov, segundo a agência espanhola EFE.

Em segundo lugar, com 12%, está a antiga secretária de Estado das Forças Armadas Penny Mordaunt, uma das grandes defensoras do Brexit, o processo de saída do Reino Unido da União Europeia.

O ex-ministro das Finanças, Rishi Sunak, que se demitiu na terça-feira, citando “diferenças fundamentais” com Johnson sobre a sua abordagem à estratégia económica do país, obteve 10%.

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A ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, também favorita de longa data nas sondagens e parte da “ala dura” dos conservadores, obteve 8%, de acordo com os resultados da sondagem.

Boris Johnson, 58 anos, no poder desde 2019, anunciou esta quinta-feira a demissão da liderança do Partido Conservador, mas disse que permanecerá como primeiro-ministro até ser substituído na chefia do partido.

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É claramente a vontade do Partido Conservador que haja um novo líder e, portanto, um novo primeiro-ministro”, disse Johnson numa declaração à porta do número 10 de Downing Street, a residência e gabinete oficial do primeiro-ministro.

A demissão do líder conservador ocorreu após a saída de dezenas de membros do seu executivo nas últimas 48 horas.

Johnson disse que o calendário para a eleição do novo líder conservador será anunciado na segunda-feira, mas a comunicação social britânica noticiou que o processo poderá não estar concluído antes do outono.

Onda de demissões. Quem fica e quem sai do governo de Boris Johnson?

O líder do Partido Trabalhista e da oposição, Keir Starmer, manifestou-se já contra a continuação de Johnson como primeiro-ministro e ameaçou apresentar uma moção de censura para o remover do poder.

Boris Johnson é o terceiro primeiro-ministro conservador a demitir-se em apenas seis anos, depois de David Cameron, em 2016, e de Theresa May, em 2019.

No seu reinado de 70 anos, a rainha Isabel II nomeou 14 primeiros-ministros, de Winston Churchill a Boris Johnson.

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