Não foi o registo mais brilhante para começar: contra a Suíça, Portugal tornou-se a primeira seleção de sempre a sofrer dois golos nos primeiros cinco minutos de um Campeonato da Europa de futebol feminino. Ainda assim, e muito graças à resposta deixada na segunda parte, a Seleção Nacional alcançou o empate, poderia e devia ter carimbado a vitória e somou o quinto jogo consecutivo sem perder.

Uma segunda parte de luxo para esquecer cinco minutos de pesadelo: Portugal empata com a Suíça na estreia no Europeu

Com este resultado, a seleção portuguesa dificultou ainda mais as já reduzidas possibilidades de passagem aos quartos de final, tendo em conta que as restantes adversárias são as campeões europeias em título dos Países Baixos e a sempre candidata Suécia. Ainda assim, Portugal deixou uma imagem claramente positiva na segunda parte, com os golos de Diana Gomes e Jéssica Silva a serem até demasiado curtos para o caudal ofensivo criado pela equipa orientada por Francisco Neto. No final do jogo, o selecionador nacional era um homem “orgulhoso”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Antes de mais, estou muito orgulhoso. Queríamos que os portugueses desfrutassem de nos ver jogar e tenho a certeza absoluta de que o fizeram hoje, tirando aqueles primeiros 20 minutos. A partir daí, assumimos o jogo e tivemos as melhores oportunidades. Marcámos dois, podíamos ter marcado mais e tive muito prazer. Disse-lhes no final que tenho muito orgulho nesta atitude, neste compromisso, nesta organização, independentemente do resultado. Tudo isto faz de mim um treinador muito orgulhoso”, atirou o técnico.

Mais à frente, Francisco Neto que revelou que ao intervalo só quis deixar uma mensagem de “tranquilidade”. “Sentimos, já no final da primeira parte, que estávamos por cima, estávamos a dominar, estávamos bem. Sentimos que, assim que fizéssemos o golo, elas iam tremer e íamos ficar por cima. E foi o que aconteceu. Paulatinamente, fomos crescendo no jogo e, quando apareceu o golo, a nossa preponderância ofensiva foi ainda maior. Hoje, a sair daqui algum vencedor, só podia ser Portugal”, afirmou.

“Dois golos em cinco minutos? Sim, as coisas podiam ter-se tornado diferentes. Mas o jogo tem estas casualidades. Acabam por fazer os dois golos nas duas primeiras vezes em que chegaram à baliza. Nós não fomos competente o suficiente para o impedir mas, independentemente disso, Portugal hoje foi superior no todo do jogo. Agora é continuar com este compromisso, com esta atitude, com esta organização quando as coisas nos correm bem. É continuar nessa toada, é esse o objetivo”, terminou o treinador português.

O confronto contra a Suíça ficou ainda marcado pela titularidade de Ana Borges, jogadora do Sporting, que igualou Carla Couto enquanto recordista de internacionalizações — tem agora 145, ou seja, e partindo do princípio de que vai claramente jogar contra os Países Baixos e contra a Suécia, vai tornar-se neste Europeu a jogadora portuguesa com mais partidas pela Seleção. Depois de Borges e Couto, seguem-se Carole Costa (143), Dolores (138) e Cláudia Neto (136), sendo que as duas primeiras ainda estão no ativo e foram também titulares este sábado.