A empresa Águas Públicas do Alentejo, com sede em Beja, vai promover, a partir de setembro, o “AGITAR”, um programa de ação participado “para agitar mentalidades e promover a gestão eficiente da água” no território.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Águas Públicas do Alentejo (AgdA), Francisco Narciso, explicou esta terça-feira que se trata de “um projeto de mobilização coletiva” para reforçar “a resiliência do território face aos cenários de aumento da escassez” de água.

O programa vai ser dinamizado em sete pequenos aglomerados nos concelhos de Aljustrel, Almodôvar, Barrancos, Ourique e Serpa (todos no distrito de Beja), Alcácer do Sal e Grândola (Setúbal), escolhidos por serem representativos das “diversas realidades no território”.

Queremos fazer pequenos estudos com as populações, no sentido de as preparar para a crise da água, que já está a acontecer”, e discutir “o que temos de mudar para, de facto, nos tornarmos mais seguros do ponto de vista hídrico”, disse Francisco Narciso.

O presidente da AgdA acrescentou que este é “um trabalho de inovação social“, em que se vai identificar, por cada um dos aglomerados, “líderes de opinião” que, em conjunto com as populações, “vão discutir práticas atuais e práticas que possam ter que adotar em cenários com menos água”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Para tal, o projeto contará com as colaborações da Agência Portuguesa do Ambiente, Associação de Municípios para a Gestão da Água Pública no Alentejo, ADENE — Agência para a Energia, Empresa Portuguesa das Águas Livres, Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja e Instituto de Empreendedorismo Social.

“A nossa convicção é que os desafios que temos implicam sempre parcerias alargadas”, justificou Francisco Narciso, garantindo que “a ideia é construir a ‘segurança’ [hídrica] com as comunidades”.

Nesse âmbito, o programa “AGITAR” propõe-se a trabalhar, sobretudo, “questões comportamentais”, uma vez ser necessário “ir além da intervenção estrutural”.

Associamos muito a resolução dos problemas apenas à infraestrutura, mas não. Temos que ir além da infraestrutura. A redução dos consumos a nível internacional por mudança dos comportamentos é qualquer coisa de muito significativa”, disse.

As sessões arrancam em setembro e o objetivo é, até ao final do ano, “ter um pequeno relatório com as principais conclusões, que possam animar um ciclo de conferências, no próximo ano”, revelou o presidente da empresa.

A AgdA foi constituída em 25 de setembro de 2009, tendo por acionistas o grupo Águas de Portugal e a Associação de Municípios para a Gestão da Água Pública do Alentejo, constituída por 20 câmaras municipais dos distritos de Beja, Évora e Setúbal.

A empresa gere o Sistema Público de Parceria Integrado de Águas do Alentejo, criado em 2009, numa parceria entre o Estado e as autarquias.