A demissão do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, levou a um novo ciclo no Partido Conservador. Depois de alguns dias em que vários candidatos manifestaram o seu interesse, esta terça-feira foi divulgada a lista oficial que revela quem são os aspirantes para liderar os tories.
Os oito nomes que se candidatam a suceder Boris Johnson são Liz Truss (chefe da diplomacia britânica), Rishi Sunak (ex-ministro das Finanças), Penny Mordaunt (atual ministra do Comércio), Tom Tugendhat (chefe da comissão de Negócios e Estrangeiros no parlamento), Suella Braverman (procuradora-geral de Inglaterra e do País de Gales), Jeremy Hunt (deputado), Kemi Badenoch (ex-secretária de Estado para a Igualdade) e Nadhim Zahawi (atual ministro das Finanças).
A partir desta terça-feira e até ao final da próxima semana, o Partido Conservador vai entrar numa maratona para chegar a apenas dois nomes, explica a Sky News. A primeira ronda implica que os candidatos tenham pelo menos 30 apoiantes para conseguirem chegar a uma fase posterior, sendo que nomes como Tom Tugendhat, Liz Truss e Rishi Sunak já garantiram esse apoio entre os tories.
O novo líder conservador será conhecido a 5 de setembro numa disputa entre dois candidatos que estão a assinar um documento para o efeito a exigir que se comprometem a ir a votos se alcançarem à ronda final. De acordo com as casas de apostas, neste momento Rishi Sunak e Penny Mordaunt são os dois favoritos para suceder a Boris Johnson, seguindo-se Liz Truss.
Governo britânico trava discussão de moção de censura trabalhista
Os Conservadores travaram a discussão de uma moção de censura que o Partido Trabalhista (principalmente oponente dos Conservadores) pretendia que ocorresse esta quarta-feira no parlamento britânico.
Segundo declarações de um porta-voz governamental citadas pela estação Sky News, o Governo conservador quer que os trabalhistas retirem da moção a referência ao demissionário Boris Johnson. “Como o primeiro-ministro já se demitiu e está em curso o processo para a liderança, não consideramos que este seja um uso válido do tempo do parlamento”, afirmou.
O Partido Trabalhista anunciou, por seu turno, que apresentaria uma moção de censura, que justificou como a “última oportunidade” para remover Boris Johnson como primeiro-ministro. O principal partido da oposição quer impedir que o ainda primeiro-ministro continue em funções até setembro. “Não o podem deixar pendurado durante semanas e semanas e semanas até ao 5 de setembro. Seria intolerável para o país”, defendeu o líder Trabalhista, Keir Starmer, num comunicado.
Uma moção de censura no parlamento é decidida por uma maioria simples, ou seja, precisa do apoio de pelo menos 322 deputados (excluídos o presidente da Câmara dos Comuns e os sete deputados do Sinn Féin, que não tomaram posse).