São 55 dias a mais do que Keir Starmer consegue aguentar. Esperar por 5 de setembro, data em que o novo líder do Partido Conservador (e primeiro-ministro) será anunciado, é demasiado. Assim, o líder do Partido Trabalhista vai fazer a única manobra que está ao seu alcance: avançar com uma moção de censura (no confidence motion em inglês).
Segundo a BBC, que cita fontes do partido, será ainda durante a tarde desta terça-feira que Starmer irá usar a cartada, mas que não tem o peso de um ás de trunfo. Para conseguir que a moção de censura passe, obrigando o país a ir a eleições gerais, seria necessário que parte dos Tories votassem contra o próprio partido.
Esta terça-feira é o último dia para os potenciais líderes apresentarem a sua candidatura ao Comité 1922, os parlamentares conservadores a quem cabe organizar a sucessão. Na segunda-feira, o calendário foi anunciado e é já na quarta-feira que os candidatos vão a votos. A 5 de setembro, antes do fim das férias de verão dos parlamentares, será anunciado o nome do sucessor de Boris Johnson.
Keir Starmer já tinha ameaçado com a moção de censura para evitar o “disparate” de ter Boris Johnson “a agarrar-se durante meses” ao cargo de primeiro-ministro. “Ele infligiu mentiras, fraude e caos no país”, disse, na passada semana, o líder da oposição. “Se não se livrarem dele [os conservadores], então os trabalhistas vão chegar-se à frente, em nome do interesse nacional, com uma moção de censura.”