Depois de meses a preparar o recinto na Herdade do Cabeço da Flauta, o Super Bock Super Rock teve de puxar a cassete atrás e fazer uma mudança de local de última hora. O Meco estava “praticamente pronto para receber o festival”, conta Paula Oliveira, da organização do SBSR. “Aliás, é uma edição que estivemos a preparar durante três anos. Começámos a prepará-la depois da edição de 2019 e entretanto em 2020 e 2021 não pudemos realizá-la. Tínhamos todas as baterias prontas para esta edição. Esta foi desde logo a primeira dificuldade”, acrescenta.
Mas Paula Oliveira deixa uma ressalva: “Obviamente para nós o mais importante é pensar no público, nos artistas — a razão pela qual fazemos festivais e eles acontecem. Tivemos a possibilidade e a felicidade de ter uma estrutura muito preparada para receber grandes espetáculos. Onde o festival já se realizou em edições passadas”. O SBSR volta à Altice Arena, no Parque das Nações em Lisboa, onde esteve pela última vez em 2017.
Festival Super Bock Super Rock regressa ao Meco para celebrar 25 anos de existência
Esta manhã, as montagens iam avançando. “Hoje já vamos estar a fazer testes de som”, prometia Paula Oliveira. Tem de estar tudo pronto até quinta-feira — as portas abrem quando forem três da tarde – e para garantir que nada falha os trabalhos prolongam-se noite dentro. Em 48h é preciso terminar de montar três palcos, mas também assegurar que as restantes estruturas estão prontas a receber os festivaleiros.
O anúncio de mudança chegou depois de o governo ter declarado situação contingência, após a previsão de altas temperaturas, e por consequência de um agravamento do risco de incêndio. Esta semana as previsões para a Aldeia do Meco, em Sesimbra, estão na casa dos 40º.
Paula Oliveira lembrava que o SBSR já passou por vários locais, “várias transformações tentando acompanhar as tendências e aquilo que sentimos ser a vontade do nosso público. Portanto, na verdade, já estamos habituados a estas mudanças. Não num tão curto espaço de tempo, mas cá estamos para o fazer. São muitas horas para realizar o festival. Nós dizemos que estamos a fazer magia e ela está a acontecer”.
Mas apesar dos contratempos, “está tudo a correr a muito bom ritmo. As luzes já estão montadas, os estrados estão a ser montados agora para os palcos. O som já cá está”, contava Paula Oliveira esta quarta-feira de manhã.
Super Bock Super Rock deixa o Meco e segue para o Parque das Nações. O que muda no festival?
As diferenças entre os dois locais são vastas. O festival passa da natureza para a cidade e troca um palco principal ao ar livre por um pavilhão com ar condicionado. Mas a organização do festival destaca os pontos positivos do espaço: “Wi-fi em todo o recinto, localizar-se no centro da cidade, bons acessos”. Paula Oliveira aponta ainda que uma das coisas que não muda é a possibilidade de acampar: “O festival contou com a colaboração da Câmara Municipal de Lisboa para encontrar uma solução para quem esperava fazer campismo no Meco. O Parque Tejo, no Caminho das Andorinhas, vai estar pronto para quem queira acampar, terá shuttles para fazer a ligação entre o recinto e o campismo. Portanto, está tudo a andar!”.
Ainda assim Paula Oliveira, da organização do SBSR, falava de duas experiências distintas: “Não vai ser igual ao Meco. Agora, a principal razão pela qual os festivais se realizam é ver muito boa música ao vivo. Ver grandes artistas ao vivo, desde consagrados a emergentes. Isso vai manter-se e vai ser o mais importante — poder oferecer ao nosso público e às pessoas que compraram bilhete a possibilidade de assistir aos seus artistas preferidos ao vivo, como C. Tangana, Foals e ASAP Rocky, que estão com muita vontade de oferecer grandes concertos, e é isso que vamos ter aqui”.
São quatro palcos em três espaços — na manhã desta quarta-feira o palco Super Bock, na arena principal, era o que estava mais adiantado. No exterior, ainda não se previa que ali se iria erguer o palco LG que vai apostar em artistas emergentes durante o festival. Já na Sala Tejo “vamos ter dois palcos a funcionar. A certa altura haverá uma transformação. O palco EDP passa depois a palco Sommersby”, adiantava.
Para quem mora no Parque das Nações, Paula Oliveira deixa o recado: “O festival no exterior vai terminar a horas decentes para haver descanso para os moradores”. E acrescenta: “Penso que é sempre bom sentirmos vida e cultura a acontecer seja onde for. Por isso seguramente que é uma boa notícia que o festival possa acontecer aqui”.
[Ouça aqui a reportagem a partir do recinto do Altice Arena:]