Há mais um capítulo no caso que tem marcado o ciclismo nacional desde o final de abril, altura em que se desencadeou a operação Prova Limpa em torno da equipa W52 FC Porto. António Júlio Nunes, diretor executivo da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), revelou na sua página do Linkedin que foi alvo de ameaças no seguimento da decisão da União de Ciclismo Internacional de suspender os azuis e brancos.

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“A UCI confirmou hoje [quarta-feira] a suspensão da equipa de ciclismo W52 FCPorto, após as suspensões aplicadas pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) a oito ciclistas e dois membros de apoio. Infelizmente, as ameaças à minha integridade física estão a acumular-se, e infelizmente foi necessário colocar a minha família em casa sob vigilância policial”, denunciou o responsável do órgão.

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Dez elementos da W52-FC Porto suspensos preventivamente pela ADoP

“Como CEO da ADoP, farei sempre o meu trabalho com o mesmo rigor, transparência e honestidade tal como venho a fazer nos últimos dez anos da minha vida. O ciclismo em Portugal está a passar por tempos conturbados, mas talvez agora seja o melhor momento para quem realmente ama este desporto para encontrar soluções para proteger esse mesmo desporto que tem um lugar seguro no coração de todos os portugueses”, acrescentou ainda António Júlio Nunes na publicação feita naquela plataforma.

Uma viagem a Espanha para não ter Volta a Portugal: W52 FC Porto com licença suspensa e impedida de competir

Mais tarde, o diretor executivo da ADoP colocou também a imagem de um cartucho que lhe foi enviado num envelope no âmbito dessas mesmas ameaças, tendo mais tarde apagado essa publicação.

De recordar que, depois da suspensão de oito corredores e mais dois membros da equipa na altura em que se estava a realizar o Grande Prémio Douro Internacional (que foi ganho pelo único elemento da equipa que passou ao lado das sanções, José Neves, que aguentou a camisola amarela dois dias sem qualquer companheiro), Adriano Quintanilha, patrão da W52, foi a Espanha garantir a contratação de três a quatro corredores espanhóis que se pudessem juntar a Amaro Antunes, José Neves e Jorge Magalhães.

Contra os factos não houve argumentos: FC Porto suspende contrato com equipa de ciclismo da W52

No entanto, esta quarta-feira a União de Ciclismo Internacional, devidamente informada do que tinha acontecido pela Agência Mundial Antidopagem, decidiu suspender a W52 FC Porto, retirando-lhe a licença desportiva e inviabilizando a participação na Volta a Portugal, que começa na próxima quinta-feira, dia 4. No seguimento dessa medida, o FC Porto decidiu também suspender o contrato com a equipa.