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Não, não é um novo filme. A Ovelha Choné vai mesmo dar a volta à Lua com a missão Artemis I

Este artigo tem mais de 1 ano

A Agência Espacial Europeia anunciou quem será o tripulante da missão Artemis I: a Ovelha Choné. A missão será lançada dentro de um mês e é o primeiro ensaio do regresso à Lua.

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A Ovelha Choné e o modelo do módulo espacial europeu que vai acompanhar na viagem à volta da Lua

ESA/Aardman

A Ovelha Choné e o modelo do módulo espacial europeu que vai acompanhar na viagem à volta da Lua

ESA/Aardman

“Embora possa ser um pequeno passo para um homem, é um salto gigantesco para o rebanho.” Não, não é engano. A semelhança com a famosa frase de Neil Armstrong, o primeiro ser humano a pisar a superfície lunar, há 53 anos, é propositada: “Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade”.

Este é um momento emocionante para o Shaun e para nós na ESA. Estamos ‘lanosamente’ muito contentes por ele ter sido selecionado para a missão e compreendemos que, embora possa ser um pequeno passo para um humano, é um salto gigantesco para o rebanho [lambkind]”, disse David Parker, diretor para a Exploração Humana e Robótica da ESA.

Aqui, será uma pequena ovelha — um boneco, na verdade — a representar todos os indivíduos do seu grupo. Mas não uma qualquer. A Ovelha Choné (Shaun the Sheep, em inglês) foi o primeiro “astronauta” escolhido pela Agência Espacial Europeia (ESA) para integrar a missão Artemis I que deverá ser lançada no final do mês de agosto (dia 29) ou, no limite, no início de setembro (a 2 ou 5).

As três missões Artemis planeadas até 2025 têm como objetivo levar o homem de volta à Lua: Artemis I será uma missão não-tripulada com um viajante lanudo; Artemis II vai levar astronautas humanos, mas sem pousar no satélite natural da Terra; e, se tudo correr bem, Artemis III levará astronautas para seguirem as pegadas de Neil Armstrong e outros da sua geração.

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A Ovelha Choné não vai ser lançada no espaço ao acaso: está a treinar para ser astronauta e a familiarizar-se com nave espacial Orion, da agência espacial americana (NASA), e com o módulo europeu desde 2020. Ao longo deste período, Shaun viajou para vários locais na Europa e nos Estados Unidos para conhecer os diferentes aspetos da missão.

Já antes disso a Ovelha Choné tinha feito um voo parabólico no avião Airbus ‘Zero G’ A310 que simula a sensação de falta de peso que se experimenta no espaço, como preparação para o filme “A Shaun the Sheep Movie: Farmageddon” de 2019 (“A Ovelha Choné, o Filme: A Quinta Contra-Ataca”, em Portugal).

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A Ovelha Choné numa experiência de microgravidade a bordo de um voo parabólico organizado pela Agência Espacial Europeia

ESA/Aardman

Em relação à fama, não será um problema: apareceu pela primeira vez em 1995, no filme de Wallace e Gromit “A Tosquiadela”, e há 15 anos que tem a sua própria série na televisão. Depois disso, já foi protagonista de dois filmes com o seu nome.

Flutuar como um astronauta num avião em queda livre

Voltar à Lua para chegar a Marte

Na mitologia grega, Apolo e Artémis eram irmãos gémeos — ele mais ligado aos céus e ao Sol e ela mais ligada à Lua. Na era moderna, deram nome às missões (e ambições) de levar o homem ao satélite natural da Terra. O programa Apollo da NASA entre 1961 e 1972 tinha o objetivo específico de colocar o homem na Lua. As missões Artemis querem não só levar astronautas à Lua, mas conseguir mantê-los por lá para mais do que uma simples caminhada, umas quantas fotografias ou experiências curtas.

As primeiras seis missões da nave Apollo foram não-tripuladas — tal como a Artemis I que levará consigo a Ovelha Choné —, o que quer dizer que não tinham astronautas a bordo e era comandada a partir da Terra. As restantes 11 missões foram tripuladas — tal como o serão Artemis II e III —, mas apenas seis pousaram na superfície lunar — missão que está destinada à Artemis III. No total, 12 astronautas pisaram a Lua.

As missões Artemis distinguem-se, no entanto, claramente do programa Apollo, porque o objetivo é preparar a viagem do homem até Marte: por um lado, criando condições para o homem sobreviver na Lua; por outro, testando as viagens além dos limites da órbita lunar. Também as tripulações serão diferentes das de outrora dominadas por homens brancos: “Com as missões Artemis, a NASA vai fazer pousar a primeira mulher e a primeira pessoa de cor na Lua”, lê-se no site da missão.

Vídeo. LINA, como vai ser a casa dos terráqueos na Lua

Logo na primeira viagem da missão Artemis, a Ovelha Choné chegará mais longe do que qualquer humano alguma vez chegou. A nave viajará até à Lua onde ganhará impulso para ir ainda mais longe: a 70 mil quilómetros do satélite natural (quase 500 mil quilómetros da Terra). No regresso, passa pela Lua novamente e alinha a rota em direção à Terra.

A Ovelha Choné terá de levar a mala bem apetrechada e comida de reserva, uma vez que a missão tanto pode durar 20 dias como ultrapassar os 40. O que vai determinar o tempo da viagem não é a ida — ou sequer a vontade de Shaun voltar a pôr os pés em Terra firme —, mas o regresso controlado, que tem de acontecer durante o dia e no oceano Pacífico ao largo da Califórnia.

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Plano da viagem da Orion durante a missão Artemis I, com a Ovelha Choné a bordo

ESA–K. Oldenburg

A Artemis I será uma missão não-tripulada, o que quer dizer que a Ovelha Choné não poderá mexer nos comandos. Quem vai manobrar a nave espacial será a equipa em Terra. O foguetão será lançado do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, e na órbita mais baixa da Terra largará os módulos que devem chegar à Lua.

No regresso, a cápsula com a tripulação cairá sobre o oceano Pacífico para que os astronautas possam ser resgatados e o módulo europeu, responsável por fornecer ar, eletricidade e propulsão à nave Orion, vai arder quando entrar na atmosfera terrestre.

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