A câmara baixa do parlamento da Índia aprovou uma legislação que irá impor um maior uso de eletricidade gerada a partir de fontes renováveis, forçando os poluidores industriais a pagar um preço pelo carbono que emitem.

O projeto de lei aprovado na terça-feira estabelece requisitos mínimos para o uso de energias renováveis para empresas e edifícios residenciais, penalizando as empresas que não os cumpram.

A legislação, que irá agora ser votada na câmara alta do parlamento, concede também aos utilizadores de energia limpa certificados de economia de carbono que podem ser vendidos ou negociados, e estabelece um novo padrão de eficiência energética para residências, que usam 24% da eletricidade da Índia.

O projeto de lei é “um passo positivo” em direção às metas climáticas da Índia, disse Madhura Joshi, líder de transições energéticas da Índia no E3G, um “think tank” sobre mudanças climáticas.

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“A fatia de fontes de energia limpa que alimentam as indústrias e residências da Índia irá definitivamente aumentar como resultado deste projeto“, disse.

Na semana passada, a Índia comprometeu-se a reduzir as emissões causadas por atividades económicas em 45% até 2030, em relação aos níveis de 2005.

O país também pretende reduzir a fatia dos combustíveis fosseis na geração de energia para metade e lançar um programa que incentive a população a fazer mudanças verdes no estilo de vida.

“Cada unidade de energia economizada ou conservada é fundamental para reduzir as emissões”, disse Bharath Jairaj, que lidera o programa de energia da Índia do World Resources Institute.

Incluir grandes edifícios residenciais em códigos de construção que exigem conservação de energia é um dos principais destaques da lei e da redução de emissões, afirmou.

Os cientistas dizem que a redução dos gases de efeito estufa é essencial para limitar os efeitos das mudanças climáticas, que já aumentaram as temperaturas e a incidência de inundações na Índia.

Com este projeto de lei é também a primeira vez que o governo indiano propõe um sistema de comércio de carbono. Ao contrário de outras partes do mundo, o chamado mercado de carbono ainda é uma ideia incipiente na Índia, disse Bharath Jairaj.

Mas “deverá tornar-se uma ferramenta importante para reduzir as emissões de gases de efeito de estufa na Índia”, acrescentou.