A taxa de desemprego recuou para os 5,7%, no segundo trimestre de 2022, segundo os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).  Trata-se do mesmo valor do segundo trimestre de 2020. Já 19,6% dos trabalhadores estiveram em teletrabalho.

A população empregada (de 4.901,8 mil pessoas) manteve-se praticamente inalterada face ao trimestre anterior, mas subiu 1,9% (91,3 mil) em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Já a população desempregada (de 298,8 mil pessoas) caiu 3,1% (menos 9,6 mil pessoas) face ao trimestre anterior e 13,6% (menos 46,9 mil) em relação ao trimestre homólogo.

A taxa de desemprego, por sua vez, recuou 0,2 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2022 e 1 ponto percentual face ao mesmo trimestre de 2021. É o mesmo valor do segundo trimestre de 2020, que foi nessa altura muito afetado pela pandemia (muitos trabalhadores não foram contabilizados como desempregados mas como inativos porque não podiam procurar emprego). O valor desses dois trimestres é o mais baixo desde 2011.

19,6% em teletrabalho. Preponderância é maior nas atividades tecnológicas

No segundo trimestre do ano, estiveram em teletrabalho 19,6% dos trabalhadores empregados, ou seja, 958,6 mil pessoas. Destas, a maioria 59,9% pertence ao grupo dos “especialistas das atividades intelectuais e científicas” e 75,1% tinha completado o ensino superior. O INE introduziu alterações na forma como mede este indicador — para estudar novas variáveis —, pelo que deixou de ser comparável com dados anteriores.

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De facto, é evidente a preponderância do teletrabalho nas profissões tecnológicas. O INE estima que um empregado desse grupo dos “especialistas das atividades intelectuais e científicas” tenha, no segundo trimestre, tido uma probabilidade de estar em teletrabalho superior em 8 pontos percentuais à de um empregado com uma profissão na chamada “classe de referência”, ou seja, com menores qualificações.

Já no caso dos “representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes, diretores e gestores executivos”, a probabilidade é superior em 7 pontos percentuais, nos técnicos e profissões de nível intermédio em 5,7 pontos percentuais e no pessoal administrativo em 3,4 pontos percentuais.

Estas profissões tendem a exigir maiores qualificações, pelo que a escolaridade também parece estar ligada à probabilidade de teletrabalho: um empregado com o ensino superior tem uma probabilidade de estar neste regime 11,7 pontos percentuais mais elevada do que os completaram, no máximo, o terceiro ciclo do ensino básico.

Além disso, a probabilidade de as mulheres poderem estar em teletrabalho é mais baixa do que no caso dos homens. E esta modalidade é mais comum nos grupos etários superiores em comparação com o grupo dos 16 aos 24 anos. Da mesma forma, o teletrabalho é mais preponderante na área metropolitana de Lisboa e nos trabalhadores por conta própria.