A República Democrática do Congo registou quase 900.000 deslocados internos nos primeiros seis meses do ano devido à violência no leste do país, segundo um relatório do gabinete de coordenação dos assuntos humanitários das Nações Unidas (OCHA).

Desde o início do ano 2022 (entre janeiro e junho), mais de 877.000 pessoas estão em situação de deslocamento interno” na República Democrática do Congo (RDCongo), escreve a OCHA num relatório esta quinta-feira publicado e citado pela agência France-Presse.

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No mesmo período, mais de 446.000 pessoas regressaram aos seus locais de origem, segundo o mesmo relatório.

Atualmente, estima a OCHA, a RDCongo conta 4,86 milhões de deslocados internos.

As mulheres representam 51% do total.

Mais de 80% dos deslocamentos das populações na RDCongo deveram-se a ataques e confrontos armados” provocados pelas atividades ilícitas dos grupos armados locais e estrangeiros ativos no país, indica o relatório.

O leste da RDCongo é cenário de atividade armada de cerca de uma centena de grupos que semeiam o caos na região há quase 30 anos.

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Um dos mais ativos dos últimos meses é o M23, uma ex-rebelião dominada pelos tutsis derrotada em 2013 e que voltou a pegar em armas no final do ano passado, acusando Kinshasa de não ter respeitado os acordos de desmobilização e reintegração dos seus combatentes.

Desde então, o M23 tomou o controlo de várias localidades, nomeadamente a estratégica cidade fronteiriça de Bunagana.

A RDCongo acusa o vizinho Ruanda de ter dado apoio ao M23, algo que Kigali tem sempre negado.