Foi a grande bomba da semana no panorama desportivo português: sete judocas portugueses, seis dos quais presentes nos últimos Jogos Olímpicos de Tóquio, assinaram uma carta aberta onde acusam a Federação Portuguesa de Judo no geral e o presidente Jorge Fernandes em particular de um clima tóxico, atitudes de intimidação e gestos xenófobos perante os atletas naturalizados.
Nas horas que se seguiram à divulgação da carta, Jorge Fernandes rejeitou todas as acusações, detalhando cada situação em que foi pessoalmente envolvido ao longo das sete páginas, mas reconheceu que existem “problemas com treinadores e atletas do Benfica”, sublinhando que cinco dos sete judocas em questão pertencem aos encarnados. Nesse seguimento, já esta sexta-feira, o próprio Benfica decidiu reagir ao caso.
“Todos os atletas que assinaram esta carta — que, repito, não são só do Benfica — precisaram de muita coragem. Foi preciso chegar a um ponto de saturação tão grande que não é normal… Que eu tenha conhecimento, foi a primeira vez que isto foi feito. Ainda por cima por atletas que são a elite do desporto nacional que representa o judo, são atletas que o que mais querem neste momento é paz e harmonia”, defendeu Ana Oliveira, diretora adjunta do projeto olímpico do Benfica, em declarações à TSF.
Em resposta às acusações de Telma Monteiro, Catarina Costa, Rochele Nunes, Bárbara Timo, Anri Egutidze, Patrícia Sampaio e Rodrigo Lopes, Ana Oliveira disse ainda que o presidente da Federação deve “reunir a sua equipa e perceber porque é que isto aconteceu”. “Ter a humildade e reflexão necessárias para perceber que isto é mesmo muito grave e que quem tem de resolver isto é ele, juntamente com o Comité Olímpico. Dar as condições que os atletas querem, precisam e conquistaram”, terminou.