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O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou esta terça-feira para a retirada das forças russas da central nuclear de Zaporíjia, no sul da Ucrânia, sublinhando os “riscos” que a respetiva presença representava para a segurança do local.

Numa conversa telefónica com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, transmitiu a sua “preocupação quanto à ameaça que representam a presença, as ações das forças armadas russas e o contexto de guerra com os conflitos em curso sobre a segurança das instalações nucleares ucranianas, e instou à retirada de tais forças”, indicou o palácio do Eliseu, sede da Presidência da República francesa.

A central, a maior da Europa, foi tomada no início de março pelas tropas russas, no início da sua invasão da Ucrânia, lançada a 24 de fevereiro.

Desde o fim de julho, vários bombardeamentos, de que as duas partes se acusam mutuamente, tiveram as instalações como alvo, fazendo temer uma catástrofe nuclear e desencadeando, na semana passada, uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.

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Emmanuel Macron também “expressou o seu apoio” à proposta do diretor-geral da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, de enviar uma missão para o local “o mais rapidamente possível” para inspecionar as instalações.

Os dois chefes de Estado “trocaram impressões sobre uma tal missão”, precisou a Presidência francesa.

A Rússia acusou os serviços da ONU de terem impedido a missão da AIEA. A Ucrânia, por seu lado, opôs-se-lhe, considerando que tal legitimaria a ocupação russa da central aos olhos da comunidade internacional.

Os Presidentes francês e ucraniano saudaram, por sua vez, a partida de um primeiro navio humanitário fretado pelas Nações Unidas e carregado de trigo da Ucrânia com destino ao continente africano, “onde as necessidades são particularmente urgentes”.

Os cereais produzidos na Ucrânia ficaram retidos no país durante vários meses devido à guerra. As exportações foram retomadas a 01 de agosto, via mar Negro, na sequência de um acordo entre russos e ucranianos, após mediação da Turquia e sob a égide da ONU.

Emmanuel Macron reiterou também o apoio de França aos esforços para exportar os cereais ucranianos por via rodoviária e fluvial.

Esta iniciativa europeia permitiu exportar em julho 2,8 milhões de toneladas de cereais, e “o ritmo continua a acelerar”, congratulou-se o Eliseu.