O Tribunal de Sintra inicia, em 8 de setembro, o julgamento de um homem, com problemas do foro psiquiátrico, pelo homicídio da avó, em dezembro de 2021 no concelho de Mafra, distrito de Lisboa, indicou esta segunda-feira fonte judicial.
O arguido, de 23 anos, a aguardar julgamento em internamento preventivo no Hospital Prisional de Caxias, está acusado pelo Ministério Público (MP) pelo homicídio qualificado na forma consumada e crime de detenção de arma proibida.
De acordo com a acusação do MP, a que a agência Lusa teve acesso, no dia 15 de dezembro, pelas 15h30, o jovem estudante deslocou-se à residência da avó, na localidade de Gonçalvinhos, em Mafra, munido de duas malas e uma mochila com artigos pessoais, entre os quais duas facas de cozinha.
Após dialogar com a avó e de a acompanhar pelo quintal até à garagem, “por razões não apuradas, desferiu-lhe pelo menos 63 golpes, atingindo-a na cabeça, pescoço, tronco e abdómen” e provocando-lhe lesões no coração, aorta, pulmões, diafragma, fígado, estômago e rim direito, entre outros órgãos.
Como consequência da sua conduta, o arguido sofreu ferimentos na mão direita.
Ainda na casa da vítima, lavou as mãos e as facas na casa de banho.
Depois, abandonou a habitação e conduziu um automóvel ligeiro até casa, em Mafra, donde chamou o 112 a pedir auxílio e foi transportado, pelas 17h07, pelos bombeiros de Mafra até ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, por causa dos ferimentos na mão direita.
Segundo o MP, o arguido, com esquizofrenia diagnosticada e em situação de descompensação, “agiu com extrema frieza de ânimo, motivado exclusivamente por um motivo fútil”.
O corpo da vítima, de 82 anos, veio a ser encontrado pela mãe do arguido e filha da mesma cerca das 17:55, por intermédio de terceiros.
A mesma pessoa denunciou o filho à GNR como autor do crime.
O suspeito foi identificado e detido fora de flagrante delito pela Polícia Judiciária por fortes indícios da prática do crime de homicídio qualificado.