Um mês de férias de verão. Para os pilotos de Fórmula 1, o verão aproveita-se desde o final de julho até ao final de agosto, ou seja, no mês em que o Campeonato do Mundo fica interrompido entre a primeira metade e a segunda metade. Um mês em que Max Verstappen foi apanhado de braçadeiras na piscina, em que Lewis Hamilton fez um périplo por África e em que Lando Norris andou pelo Porto acompanhado pela namorada portuguesa. Este domingo, todos voltavam a colocar o capacete para acelerar em pista.

No Grande Prémio da Bélgica, em Spa-Francorchamps, Carlos Sainz saía da pole-position depis de uma qualificação muito atípica: Max Verstappen foi o mais rápido ao longo do fim de semana mas começava forçosamente na cauda do pelotão devido às alterações ao motor realizadas pela Red Bull, assim como Charles Leclerc, que também arrancava das últimas posições da grelha. Sergio Pérez fez o segundo melhor tempo, seguido pela surpresa Fernando Alonso, e tanto Lewis Hamilton como George Russell não conseguiram debelar as dificuldades da Mercedes no circuito belga, saindo de 4.º e 5.º.

O GP da Bélgica e uma qualificação tetris em que Verstappen foi o mais rápido mas a pole-position é de Sainz

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Ou seja, em resumo e apesar de sair de 14.º, Max Verstappen era claramente o principal candidato à vitória na Bélgica devido à óbvia vantagem que demonstrou ao longo dos treinos livres e da qualificação. “Acho que foi tudo muito positivo para nós. É sempre muito difícil antecipar como é que o carro vai estar aqui mas acho que nos preparámos muito bem antes de cá chegar e, assim que colocámos o carro em pista, tem sido muito agradável conduzir. Estou surpreendido com a vantagem. Não acho que vá ser assim tão grande na corrida mas é muito positivo, especialmente quando temos de começar a partir de trás. O objetivo é entrar no pódio e, com um bocadinho de sorte, chegar à vitória”, explicou o piloto neerlandês na antecâmara do Grande Prémio.

Ora, já este domingo, Carlos Sainz arrancou bem e conseguiu segurar a liderança, com Sergio Pérez a perder algumas posições e a ser desde logo ultrapassado por Fernando Alonso. Ainda assim, tudo voltou a mudar ainda na primeira volta, com Lewis Hamilton a chocar com Alonso numa curva e a ser forçado a abandonar logo no início da corrida, motivando um safety-car numa altura em que também Valtteri Bottas desistiu após uma colisão com Nicholas Latifi. No meio da confusão, Pérez recuperou o segundo lugar, Russel subiu a terceiro e, lá mais atrás, Verstappen e Leclerc iam tentando escalar posições.

Verstappen, porém, mostrou-se bem mais capaz de o fazer do que Leclerc — sendo que, à nona volta, já estava em terceiro e com todas as possibilidades de ameaçar a liderança de Sainz. O espanhol da Ferrari foi o primeiro a parar, na 12.ª volta, motivando a subida de Pérez ao primeiro lugar e deixando Verstappen com a via aberta para subir à liderança, algo que aconteceu rapidamente e que o levou a pedir à equipa que adiasse a ida às boxes.

Sainz, que tinha caído para sexto depois de parar, aproveitou a paragem do neerlandês para regressar à liderança após uma recuperação louvável mas depressa voltou a ser ultrapassado pelo Red Bull. Tudo numa altura em que Leclerc estava já na quinta posição, atrás de Russell e à frente de Alonso.

Verstappen foi conquistando vantagem aos principais rivais e olhava com tranquilidade para trás, onde Pérez foi pressionando Sainz até conseguir mesmo superar o monegasco e subir ao segundo lugar, depressa alcançando uma distância de vários segundos em relação ao Ferrari.

Até ao fim, pelo menos no topo da classificação, já pouco aconteceu: o piloto neerlandês carimbou uma vitória categórica no Grande Prémio da Bélgica, Sergio Pérez não deixou fugir a dobradinha da Red Bull e Carlos Sainz fechou o pódio apesar do esforço de George Russell nas últimas voltas. Charles Leclerc cruzou a meta no quinto lugar mas acabou por cair para sexto já após o final da corrida devido a uma penalização por excesso de velocidade no pitlane, com Fernando Alonso a ser o principal beneficiado e a completar o top 5. Assim, Verstappen conquistou ainda mais vantagem na liderança do Mundial e Pérez subiu à segunda posição da classificação geral, ultrapassando Leclerc.