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O Ti Emílio está orgulhoso do sobrinho David (a crónica do Benfica-P. Ferreira)

Este artigo tem mais de 2 anos

No dia em que se despediu do sócio número 1, o Ti Emílio, o Benfica venceu o P. Ferreira na Luz com mais um recital de qualidade de David Neres e subiu à liderança isolada da Primeira Liga (3-2).

SL Benfica v Pacos de Ferreira - Liga Portugal Bwin
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O avançado brasileiro marcou o golo do empate dos encarnados, ainda na primeira parte

DeFodi Images via Getty Images

O avançado brasileiro marcou o golo do empate dos encarnados, ainda na primeira parte

DeFodi Images via Getty Images

No Benfica, atualmente, respira-se otimismo. Ou melhor, tendo em conta o momento que atravessam os dois principais rivais — no Benfica, atualmente, respira-se. As sete vitórias consecutivas entre eliminatórias da Liga dos Campeões e arranque da Primeira Liga permitiram a Roger Schmidt conquistar desde já um lugar especial no coração de adeptos que, nos últimos anos, se viram habituados a ter esse mesmo coração nas mãos. Desde que o alemão chegou à Luz, o coração só se muda mesmo para a boca e é para gritar golo.

“Penso que a situação é muito clara. Estamos em boa forma, temos jogado bem, tentamos estar sempre muito concentrados. Tentamos que os jogos corram da melhor maneira possível e é o que vamos começar a fazer amanhã. Só temos dois dias de descanso mas é o calendário que temos. Temos de estar preparados, jogamos em casa e estamos no início da época. Não olhamos para a tabela. Queremos sair com os três pontos e jogar bom futebol”, explicou Schmidt na antevisão da receção desta terça-feira ao P. Ferreira, num jogo em atraso ainda a contar para a terceira jornada do Campeonato.

Ficha de jogo

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Benfica-P. Ferreira, 3-2

3.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Artur Soares Dias (AF Porto)

Benfica: Vlachodimos, Alexander Bah, Morato, Otamendi, Grimaldo, Florentino, Enzo Fernández, David Neres (Diogo Gonçalves, 79′), João Mário, Rafa (Henrique Araújo, 79′), Gonçalo Ramos (Musa, 67′)

Suplentes não utilizados: Helton Leite, Gilberto, Vertonghen, Chiquinho, Ristic, António Silva

Treinador: Roger Schmidt

P. Ferreira: Zé Oliveira, Delgado, Nuno Lima, Flávio Ramos, Antunes, Rui Pires, Holsgrove, Thomas, Kayky (Arthur Sales, 63′), Luís Bastos (Ibrahim, 69′), Koffi

Suplentes não utilizados: Jeimes, Fernando Fonseca, Vasco Sousa

Treinador: João Correia (César Peixoto está castigado)

Golos: Koffi (39′ e 80′), David Neres (42′), João Mário (45+4′, gp), Gonçalo Ramos (56′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Holsgrove (14′), a Rafa (16′), a Flávio Ramos (35′), a Zé Oliveira (45+2′), a Enzo Fernández (83′), a Ibrahim (89′)

Ora, a receção ao P. Ferreira não servia, porém, para afastar um fantasma que tem sido colocado na aura encarnada — o facto de, entre as tais sete vitórias consecutivas, o Benfica ainda não ter tido um verdadeiro adversário, um oponente sério, um obstáculo complexo. Os pacenses chegavam à Luz sem César Peixoto, que estava castigado e não podia estar no banco de suplentes, com 12 jogadores indisponíveis entre suspensos e lesionados e ainda vindos de três derrotas nas três primeiras jornadas da Liga. Do outro lado, estava uma equipa de Roger Schmidt que, em caso de triunfo e de manter o registo totalmente vitorioso, saltava para a liderança isolada da tabela com mais um ponto do que o Sp. Braga, mais três do que o FC Porto (e o Portimonense) e mais oito do que o Sporting.

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Assim, neste contexto, Roger Schmidt mantinha aquele que tem sido o onze inicial mais tradicional, beneficiando do regresso de Otamendi depois de o central argentino ter cumprido castigo no Bessa, mas proporcionava uma surpresa: Alexander Bah era titular na direita da defesa em detrimento de Gilberto. De resto, Grimaldo aparecia na esquerda, Enzo Fernández e Florentino faziam dupla no meio-campo e David Neres e João Mário abriam nas alas, com Rafa a surgir nas costas de Gonçalo Ramos. No banco, já não aparecia Yaremchuk, que também já não foi convocado para a partida contra o Boavista e que já se despediu dos encarnados para rumar ao Club Brugge da Bélgica, e também não estava Fredrik Aursnes, já que o médio ainda não estava inscrito na data original da terceira jornada.

Os primeiros minutos mostraram desde logo que o P. Ferreira ia apresentar-se na Luz com uma linha recuada de cinco elementos, uma linha intermédia de outros quatro e apenas com Koffi na frente, enquanto referência ofensiva única e solitária. O Benfica não demorou até desequilibrar no corredor direito, que depressa se revelou a ala mais perigosa da equipa graças às combinações entre Bah e Neres e com o próprio Rafa, sempre muito móvel atrás de Gonçalo Ramos. Os encarnados colocavam-se muito subidos no relvado, com a linha defensiva para lá do meio-campo e a exercer uma reação à perda de bola muito agressiva, e retiravam daí todos os benefícios possíveis assumindo o risco de deixar as costas descobertas e suscetíveis aos contra-ataques. Um risco que, ainda dentro do quarto de hora inicial, poderia ter tido consequências.

Thomas acelerou na esquerda sem que ninguém estivesse à espera e após um lançamento de linha lateral e tentou assistir Kayky quando Vlachodimos já estava completamente batido, valendo Grimaldo a evitar o primeiro do jogo quase em cima da linha de golo (13′). O P. Ferreira conseguiu lançar algumas dessas transições rápidas nos primeiros 20 minutos, demonstrando alguma fragilidade defensiva do Benfica quando estava totalmente balançado para a frente, mas acabou por quebrar e ceder ao fluxo ofensivo encarnado. A equipa de Roger Schmidt colocou mesmo a bola no fundo da baliza à passagem da meia-hora mas o golo de Otamendi foi anulado por fora de jogo de Rafa (31′), que fez a assistência.

Com o P. Ferreira totalmente recuado, sobrepondo a linha defensiva à linha média para criar um autêntico muro no último terço, o Benfica tinha praticamente toda a posse de bola mas não conseguia furar — contando-se, neste período, um remate de Rafa contra Antunes enquanto a melhor oportunidade dos encarnados (37′). Foi nesta fase, numa altura algo incaracterística da partida em que o Benfica parecia não ter criatividade para desequilibrar e o P. Ferreira parecia ter abdicado de procurar outra coisa que não sofrer golos, que surgiu o mais inesperado. Na sequência de um canto na esquerda do ataque pacense, a bola sobrou para a entrada da grande área e Antunes rematou forte, com Koffi a desviar para bater Vlachodimos e inaugurar o marcador na Luz (39′).

O Benfica, porém, reagiu de imediato. David Neres empatou instantes depois, aproveitando um belo passe de Rafa para rematar rasteiro e ver Zé Oliveira ficar mal na fotografia (42′), e João Mário confirmou a reviravolta já nos descontos, de grande penalidade (45+4′), após o guarda-redes do P. Ferreira atingir Bah na grande área. Embora tenha começado a perder, o Benfica terminava a primeira parte com uma enorme demonstração de força, confiança e eficácia, desbloqueando um resultado que poderia ter-se tornado complicado frente a uma equipa que estava muito fechada sobre si mesma. Para isso, muito contou com a inspiração de David Neres, o elemento ‘mais’ ao longo dos 45 minutos, com a clarividência de Rafa, que encontrava espaços onde pareciam não existir, e com a inteligência de Enzo, que organiza toda a toada ofensiva da equipa.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Benfica-P. Ferreira:]

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e a lógica do jogo manteve-se, com o Benfica a construir a partir do meio-campo e o P. Ferreira a limitar-se a defender da forma que podia, saindo em transição rápida nas escassas vezes em que encontrava espaço. Bah acertou na baliza nos primeiros instantes da segunda parte, com o golo a ser anulado por fora de jogo do dinamarquês (47′), mas a verdade é que os encarnados já não demoraram muito mais a aumentar a vantagem.

Na conclusão de um belo desenho ofensivo, Rafa acelerou pelo corredor central e abriu em João Mário na esquerda, com o internacional português a cruzar rasteiro para o primeiro poste, onde Gonçalo Ramos surgiu a desviar para fazer o terceiro golo da equipa (56′). O avançado português ficou perto de bisar logo depois, permitindo a defesa de Zé Oliveira quando estava completamente isolado (62′), e a equipa técnica do P. Ferreira reagiu ao trocar Kayky por Arthur Sales para refrescar o conjunto. Do outro lado, Roger Schmidt também mexeu e tirou Ramos para lançar Musa antes de trocar Neres e Rafa por Diogo Gonçalves e Henrique Araújo.

O Benfica tinha o jogo completamente controlado, optando até por gerir a vantagem com bola e sem grande ritmo nem velocidade, e ia até desperdiçando oportunidades claras de golo como num lance em que Musa rematou ao lado quando não tinha qualquer oposição (74′). O P. Ferreira, por outro lado, era praticamente perfeito no que tocava à eficácia: no único lance que teve na segunda parte, Delgado acelerou na direita em contra-ataque e descobriu Koffi na área, com o avançado a desviar para bisar a reduzir a desvantagem (80′). Os encarnados poderiam ter recuperado o controlo logo depois mas Henrique Araújo também falhou, atirando por cima em posição frontal para a baliza (82′), e a equipa de Roger Schmidt acabou por ter um final de jogo bem mais intranquilo e desconfortável do que o expectável — muito pelas ocasiões que não concretizou.

A vitória, porém, já não fugiu. O Benfica venceu o P. Ferreira na Luz e mantém o registo perfeito na Primeira Liga, subindo à liderança isolada do Campeonato com mais um ponto do que o Sp. Braga, mais dois do que o FC Porto e mais oito do que o Sporting. No dia em que o clube se despediu do sócio número 1, Emílio Andrade Júnior, o Ti Emílio, a equipa não desiludiu. E o Ti Emílio está, com todas as certezas, muito orgulhoso deste novo sobrinho que é David Neres — e que continua a mostrar, com golos e com tudo o que faz em campo, que é um jogador superlativo a ser bem utilizado por Roger Schmidt.

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