O primeiro-ministro, António Costa, termina esta quinta-feira a visita oficial de dois dias a Moçambique a propósito da V Cimeira Luso-Moçambicana, com um programa maioritariamente dedicado à economia.

O segundo e último dia da visita começa com uma visita à FACIM (Feira Internacional de Maputo), com atenção especial aos expositores portugueses.

O primeiro-ministro intervém depois na abertura do Fórum de Negócios e de Investimentos, juntamente com Filipe Nyusi, seguindo-se a assinatura de nove acordos, entre os quais o “Compacto Lusófono”, que prevê garantias de 400 milhões de euros do Estado português para investimentos nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e também o memorando de entendimento para a revisão do Fundo Empresarial da Cooperação Portuguesa, segundo transmitiu à agência Lusa fonte do Governo.

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Empresas como a Galp, a Mota-Engil, Visabeira e a REN vão assinar também “instrumentos de cooperação nas áreas da formação profissional e da energia, contribuindo assim para os esforços de Portugal no desenvolvimento de Moçambique”, indicou a mesma fonte.

O Fórum de Negócios e de Investimentos “assenta na promoção e viabilização de oportunidades, investimentos e parcerias” e “constituirá uma oportunidade única para afirmar o papel fundamental da dimensão económica na construção da parceria estratégica entre Portugal e Moçambique”, tendo como setores prioritários a economia do mar, os serviços financeiros, as infraestruturas e logística ou o agronegócio.

Ainda durante a manhã, o programa do primeiro-ministro prevê visitas à Escola de Fuzileiros Navais em Catembe e à Companhia Independente de Fuzileiros para acompanhar os militares portugueses que estão a treinar as forças moçambicanas no âmbito da missão da União Europeia.

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Após um almoço com personalidades moçambicanas na embaixada de Portugal em Maputo, António Costa encontra-se com empresários portugueses, seguindo depois para a escola portuguesa onde vai estar com a comunidade lusa em Moçambique e inaugurar o refeitório.

O programa da visita termina com um jantar de retribuição oferecido pelo primeiro-ministro ao Presidente da República de Moçambique.

António Costa chegou a Maputo na quarta-feira à noite e encontrou-se na quinta-feira de manhã com o Presidente da República de Moçambique. No final deste encontro e do encontro alargado com as delegações dos dois países, foram assinados vários acordos de cooperação bilaterais em áreas como a agricultura, educação, reabilitação do património, justiça e ao nível das competências técnicas e operacionais das forças e serviços de segurança de Moçambique.

O primeiro-ministro destacou o reforço das relações entre os dois países e anunciou também um aumento de 40% das verbas destinadas a projetos no âmbito do Programa Estratégico de Cooperação com Moçambique, que representam mais de 90 milhões de euros de um total de 185 milhões de euros.

Por seu turno, o Presidente da República de Moçambique agradeceu o apoio de Portugal, por exemplo no combate ao terrorismo e à pandemia de Covid-19.

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Filipe Nyusi destacou o sucesso desta cimeira bilateral e anunciou que o próximo encontro entre os dois países vai realizar-se em Portugal, sem precisar, no entanto, uma data.

António Costa foi acompanhado nesta visita pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, da Defesa Nacional, Helena Carreiras, e da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes.

Na comitiva do Governo português seguiram também os secretários de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André, dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, e da Economia, João Neves.