O início da Premier League colocou todas as atenções centradas no mau momento do Manchester United, não só devido à polémica gerada à volta de Cristiano Ronaldo mas também pelas duas derrotas nas duas jornadas inaugurais. Quando o Liverpool foi a Old Trafford, porém, a lógica inverteu-se: os red devils ganharam, já levam três vitórias seguidas desde aí e a sombra do mau momento virou-se para Anfield.

Como aconteceu com Erik ten Hag, porém, Jürgen Klopp conseguiu inverter esse mau momento. Logo depois da derrota com o Manchester United, o Liverpool goleou o Bournemouth com nove golos marcados contra zero sofridos e venceu o Newcastle em casa com um golo de Fábio Carvalho já nos descontos — num instante obviamente motivador para uma equipa que precisa de caminhar em cima de vitórias. Este sábado, em Goodison Park, era dia de enfrentar o Everton no dérbi de Merseyside e confirmar a tal inversão de marcha com o terceiro triunfo consecutivo, ainda por cima contra um histórico rival.

“Têm sido jogos renhidos com o Everton, mesmo os jogos em que ganhámos. É uma grande luta, não podemos ignorar nada disso mas também temos de jogar futebol. É esse o desafio. Desse ponto de vista, acho mesmo que o jogo contra o Newcastle foi a preparação perfeita porque foi super intenso. Nos últimos anos estive envolvido nestas batalhas com o Everton, com muitos empates, e os jogos foram todos diferentes, muito intensos, com muitas lutas. Quanto mais conseguirmos colocar futebol no meio desses momentos de luta, mais conseguiremos tirar do jogo. Mas é óbvio que esse é o verdadeiro desafio”, disse o treinador alemão, que no último dia do mercado recebeu o brasileiro Arthur Melo por empréstimo da Juventus.

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Este domingo, Klopp voltava a contar com Darwin, que regressava de castigo após três jogos de suspensão depois de ter sido expulso contra o Crystal Palace, e também com Diogo Jota, que tem estado lesionado. O avançado uruguaio era titular no ataque do Liverpool, com Salah e Luis Díaz e com Roberto Firmino a começar no banco, e a surpresa no onze inicial era mesmo Fábio Carvalho, que parecia ser recompensado pelas boas impressões que tem deixado sempre que foi opção. Do outro lado, Rúben Vinagre era suplente, assim como o reforço Gueye, e o central Coady, ex-Wolverhampton, era titular no eixo defensivo.

A primeira parte correspondeu às expectativas de Jürgen Klopp, sem golos e com muitas batalhas, embora fosse claro que o Liverpool tinha um ascendente sobre o Everton e que os toffees só criassem perigo através de transições rápidas. Os reds tiveram uma enorme oportunidade para abrir o marcador à beira do intervalo, com Darwin e Díaz a acertarem ambos nos ferros no mesmo lance (43′), mas as duas equipas recolheram mesmo aos balneários com o resultado ainda a zeros.

Klopp mexeu ao intervalo, trocando um apagado Fábio Carvalho por Roberto Firmino, e fez mais uma substituição perto da hora de jogo ao lançar Robertson e Milner para os lugares de Tsimikas e Alexander-Arnold. O momento da partida chegou pouco depois: com segundos de diferença, Pickford fez uma defesa monstruosa a um remate de Fabinho (65′) e Alisson respondeu do outro lado após um pontapé de Maupay (65′).

Coady ainda marcou mas o golo foi anulado pelo VAR por fora de jogo (69′), Jota voltou à competição nos últimos 10 minutos e estreou-se na Premier League esta temporada, Salah acertou no poste nos descontos (90+5′) mas o resultado não se alterou, com o dérbi de Merseyside a terminar sem golos e o Liverpool a tropeçar novamente, não alcançando as tais três vitórias consecutivas que confirmariam a inversão de marcha.