Milhares de pessoas prestaram uma última homenagem ao antigo líder soviético Mikhail Gorbachev, numa despedida relativamente discreta, depois de o Kremlin ter recusado um funeral de Estado ao homem que ajudou a acabar com a Guerra Fria.
A cerimónia de despedida decorreu no Salão dos Pilares da Casa dos Sindicatos, uma mansão icónica perto do Kremlin que tem servido de local para funerais de estado desde os tempos soviéticos, avança a agência de notícias Associated Press (AP).
Apesar da escolha do local, o Kremlin deixou de lhe chamar funeral de Estado, porque tal obrigaria à presença do Presidente russo, Vladimir Putin, assim como teria exigido a Moscovo convidar líderes estrangeiros.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, explicou que Putin estará ausente devido à sua agenda, mas a cerimónia terá “elementos de um funeral de Estado”, tais como uma “guarda de honra”.
Dmitry Medvedev, vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia, presidido por Putin e presidente da Rússia entre 2008-2012, esteve presente nas cerimónias fúnebres, bem como o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, que muitas vezes criticou as sanções ocidentais contra a Rússia.
Também marcaram presença os embaixadores norte-americanos, britânicos, alemães e outros ocidentais. Durante a cerimónia, milhares de pessoas tiveram que esperar cerca de duas horas para chegar junto ao caixão de Mikhail Gorbachev, que estava aberto e ladeado por guardas de honra. A filha de Gorbachev, Irina, e as suas duas netas estavam sentadas ao lado do caixão.
A cerimónia fúnebre de Gorbachev contrastou com um funeral de Estado de 2007 dado a Boris Ieltsin, o primeiro líder russo pós-soviético e que preparou o palco para Putin ganhar a presidência ao renunciar ao cargo.