Havia Diogo Gonçalves. Havia Chiquinho. Havia a possibilidade de voltar a um sistema de dois avançados com Henrique Araújo na frente e Rafa a descair mais sobre a esquerda. Perante a ausência de João Mário (que se juntava à de Gonçalo Ramos), Roger Schmidt tinha várias hipóteses para render o internacional português. Ao invés, e apesar de não ter ainda muitas sessões de treino, o alemão arriscou no compatriota Julian Draxler. E o Campeonato conheceu o quinto campeão mundial de seleções em 20 anos, depois de Anderson Polga (Sporting), Capdevilla (Benfica), Iker Casillas (FC Porto) e Adil Rami (Boavista).

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Apesar de não jogar há quase seis meses por questões físicas, tendo sido suplente utilizado nesse último encontro realizado pela seleção da Alemanha e não pelo PSG, Draxler foi opção inicial e jogou os primeiros 45 minutos pelo Benfica. Fez um remate (prensado num defesa e desviado por Luiz Júnior para canto), teve três ações defensivas, conseguiu uma percentagem de 94% de passes certos e pouco mais. Contudo, já começa a entrar nas dinâmicas da equipa, a perceber os movimentos que tem de fazer sobretudo quando atuar no lado esquerdo do ataque e a cumprir aquilo que Schmidt pretendia com a sua estreia.

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“Estou muito satisfeito pelo Draxler porque a última vez que tinha jogado tinha sido em março, foi há muito tempo, não teve pré-temporada, fez alguns treinos connosco e este foi o primeiro passo para jogar pelo Benfica. Há trabalho para fazer nas próximas semanas para chegar à sua melhor forma mas estou feliz por estar em campo, conseguiu jogar 45 minutos”, comentou o técnico na flash interview da SportTV depois de um encontro em que o Benfica chegou à 11.ª vitória consecutiva esta temporada, sexta na Liga – algo que aconteceu apenas por oito vezes na história do clube. Em paralelo, no jogo com o quinto golo de Rafa esta época e a 50.ª assistência de Grimaldo pelos encarnados, o conjunto da Luz conseguiu também o sexto triunfo consecutivo fora de casa para o Campeonato, mais uma vez sem golos consentidos.

“Sim, estamos muito contentes com a vitória porque não era um teste fácil. Torna-se complicado jogar a Liga dos Campeões e depois ter este jogo antes de outro da Champions, também não é a mesma coisa jogar à noite ou durante o dia com 30 graus de temperatura. Podia ter sido uma vitória mais fácil se tivéssemos concretizado as oportunidades que tivemos na primeira parte, tivemos três ou quatro. Precisámos de ter alguma paciência mas a partir do momento em que marcámos o Famalicão não teve nenhuma chances. Somos o Benfica, temos ganho os nossos jogos mas cada compromisso é um desafio, temos de respeitar o adversário. Tivemos de esperar pelo golo apesar de criarmos mais oportunidades, não foi fácil mas no final estou contente porque mostrámos uma grande atitude como equipa, lutámos até ao fim. Não esperava que fosse um triunfo fácil, sei que todos os jogos vão exigir muito trabalho e hoje foi um exemplo”, referiu.

“Substituições depois do 1-0? O plano já era mudar aqueles jogadores antes do golo, precisávamos de alguns jogadores mais frescos em campo. Foi por isso que fizemos três substituições mas o golo não justificou isso. 11 vitórias? Mostra que somos capazes de vencer de forma regular os nossos compromissos. É sempre complicado e um desafio ganhar jogos, fazer essa série é um bom sinal para a equipa, mas não vamos agora ganhar à Juventus só porque levamos 11 vitórias, É outro jogo, temos de nos focar, é um jogo complicado, temos três dias para recuperar e preparar essa partida em Turim”, concluiu Schmidt.