Ativistas da Greenpeace bloquearam uma descarga de gás russo num terminal de gás natural liquefeito (GNL) em Tornio, no norte da Finlândia, revelaram os operadores do terminal e a organização ambientalista. “Trata-se de um navio de carga que contém gás natural liquefeito da Rússia”, confirmou à France-Presse Olga Vaisanen, porta-voz do grupo finlandês Gasum, que é o importador da carga bloqueada.
O diretor da Manga LNG (sigla de GNL em inglês) que gere o terminal, Mika Kolehmainen, explicou que a ação começou de madrugada e que os militantes impedem que seja feito o descarregamento do navio que transporta o gás para a área do terminal, localizado muito perto da fronteira com a Suécia.
Na semana passada, ativistas da Greenpeace também bloquearam uma descarga de GNL russo num terminal de gás natural em Nynäshamn, perto de Estocolmo, na Suécia. “É totalmente inaceitável que o gás russo continue a circular na Finlândia, mais de seis meses após (Vladimir) Putin (Presidente russo) ter iniciado a invasão à Ucrânia”, disse o ativista da Greenpeace Olli Tiainen em comunicado.
“O governo finlandês e a primeira-ministra, Sanna Marin, devem proibir imediatamente todas as importações de combustíveis fósseis russos”, acrescentou. Atualmente, não existem sanções europeias sobre as importações de gás provenientes da Rússia, apenas sobre o petróleo e o carvão.
A Rússia interrompeu as entregas às Finlândia através de gasoduto em maio, citando questões de pagamento, mas a entrega de gás liquefeito por navio continua. Na passada quarta-feira, porém, a tensão aumentou entre Moscovo e a União Europeia em relação às entregas de gás, com o Presidente Vladimir Putin a ameaçar parar todo o fornecimento de hidrocarbonetos em caso de um limite de preços, uma possibilidade admitida por Bruxelas.
A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia com inicio a 24 de fevereiro, que ainda dura, levando a União Europeia, além de outros países sobretudo ocidentais, a impor fortes sanções económicas e políticas contra Moscovo.