Mais uma semana, mais um a motivar reflexão no futebol português – e de novo a envolver uma criança que tinha como único objetivo assistir a um jogo. Desta vez, o episódio aconteceu no Estádio Coimbra da Mota, no Estoril, e obrigou a que uma menina saísse com o pai dos lugares para onde tinham bilhete.
Tudo aconteceu na parte final da primeira parte ainda com o resultado em 0-0, na sequência de um golo anulado a Zaidu por estar fora de jogo (36′). Na zona da bancada central, perto de onde costuma estar concentrada a claque do Estoril, um pai com uma filha com a camisola do FC Porto foram insultados e alvos de uma cuspidela por parte de adeptos canarinhos que argumentavam que não poderiam estar naquela zona do recinto que estava destinada apenas a adeptos e simpatizantes da casa.
O adepto dos azuis e brancos ainda tentou argumentar mostrando os ingressos que tinha comprado bilhete para estar sentado naqueles lugares com a filha mas acabou por ver-se obrigado a deixar aquela zona com a criança ao colo e procurar uma outra onde pudesse ficar em segurança. De acrescentar que estes não eram os únicos adeptos portistas nesse espaço e que, nos vídeos que foram sendo divulgados pelos meios de comunicação que se encontravam na bancada de imprensa, existem outros adeptos na bancada que condenam o sucedido, fazendo gestos para os estorilistas que insultavam os azuis e brancos.
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— FC Porto (@FCPorto) September 17, 2022
“Fui cuspido e insultado. Tive de tirar a minha filha dali”, contou Abel Martins, o adepto do FC Porto que foi visado pela fúria dos elementos canarinhos, em declarações após o encontro ao jornal Record. “Durante a primeira parte, um adepto do FC Porto, com uma criança de colo nos braços, foi insultado, cuspido e expulso de uma bancada do Estoril onde estava com todo o direito. O FC Porto está solidário com estes dois portistas e aguarda, natural e ansiosamente, a reação do secretário de Estado do Desporto e do presidente da Liga”, escreveu o clube azul e branco na newsletter diária Dragões Diário.
De recordar que, depois do caso da criança de dez anos que foi obrigada a ver o jogo do Benfica frente ao Famalicão em tronco nu por estar numa zona do estádio restrita apenas a adeptos da casa, a Liga reuniu esta sexta-feira com todos os diretores de segurança da Primeira e Segunda Ligas para reforçar todas as orientações sobre o acesso e permanência nos estádios dos escalões profissionais.
“O acesso e permanência nos estádios por parte de adeptos, da casa ou visitantes, fazem parte de questões de segurança que serão abordadas e aprofundadas nos contactos regulares com a APCVD e com as forças de segurança. Este reforço abre caminho a que possam ser melhoradas as orientações referentes ao acesso e permanência de adeptos nos estádios, com as sociedades desportivas a tomarem boa nota da orientação, para que possam adaptá-la à realidade de cada clube, mediante uma avaliação de risco para cada situação”, resumiu depois o órgão em comunicado na antecâmara de nova jornada da Liga.
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