A importância do jogo estava refletida em mais uma enchente no Olímpico e na própria classificação da Serie A, mas se dúvidas ainda existissem as mesmas ficavam por completo dissipadas à luz da preparação que a Roma fez à receção à Atalanta. Segundo o Corriere dello Sport, José Mourinho preferiu não fazer a habitual conferência de imprensa de antevisão ao jogo para que a equipa mantivesse o foco apenas na partida e pudesse estar apenas concentrada na estratégia para a partida com a formação de Bérgamo, que tem sido preparada “dentro de muros” no centro de treinos da equipa romana, em Trigoria.

O jogador fenomenal voltou a fazer sorrir o melhor treinador do mundo (a crónica do Roma-HJK)

Não era propriamente um encontro de carácter decisivo mas a possibilidade de subir ao pódio da Serie A (pelo menos) levava a outro tipo de cuidados. Numa época particularmente competitiva até ao momento e onde não existe nenhuma equipa que tenha especial vantagem em relação às restantes, a Roma, com 13 pontos, defrontava a Atalanta, líder com 14, tendo em vista também aquilo que poderia acontecer também em San Siro no AC Milan-Nápoles, os outros conjuntos que têm também 14 pontos. No limite, e em caso de empate em Milão, um triunfo podia mesmo valer o primeiro lugar à equipa de José Mourinho.

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A semana até correu bem a nível de resultados, com uma vitória fora com o Empoli que travou uma série de dois desaires consecutivos (4-0 com a Udinese, 2-1 com o Ludogorets) e o primeiro triunfo na Liga Europa com os finlandeses do HJK. Houve más notícias, como a lesão de Karsdorp que levará o lateral a ser alvo de uma intervenção cirúrgica ao joelho, mas nem isso beliscou o ambiente de euforia que renasceu em Roma muito por influência de Paulo Dybala, a grande contratação da época vindo a custo zero da Juventus para ter um papel decisivo em quase todos os jogos realizados até agora, algo que nem os quatro golos e duas assistências que leva em oito encontros conseguem explicar perante a influência na equipa.

Começou pelo argentino o dia em que aconteceu um pouco de tudo à Roma: Dybala lesionou-se logo no período de aquecimento e foi substituído no onze por Matic (Pellegrini ia jogar mais recuado). Mas os azares não ficariam por aí: a Atalanta marcou na única oportunidade que teve na primeira parte (teria só mais uma na segunda), os romanos foram falhando inúmeras oportunidades de 1×0 e José Mourinho foi expulso por protestos por uma queda de Zaniolo na área. No final, foi Gasperini que fez a festa.

A partida começou de forma meio atribulada, com Smalling a ter uma primeira ameaça após canto de Pellegrini que falou o alvo (2′) e Juan Musso a ter um choque violento na saída da baliza com o central Demiral que o obrigou a ser substituído por Marco Sportiello com marcas bem visíveis na cara (8′). Bryan Cristante ainda teve uma tentativa de meia distância mas seria mesmo a Atalanta, um pouco mais recuada do que é normal no terreno, a inaugurar o marcador pelo central Giorgio Scalvini no único remate que foi enquadrado com a baliza de Rui Patrício na primeira parte após assistência de Höjlund (35′).

José Mourinho mostrava o seu desagrado pela forma como os dois médios, Cristante e Matic, desceram em direção da bola sem controlar o espaço à entrada da área para o remate de Scalvini mas batia palmas à equipa para que respondesse de imediato à desvantagem. Por três ocasiões, o empate pareceu inevitável; por três ocasiões, não aconteceu: Abraham surgiu isolado após passe na profundidade de Pellegrini mas desviou a rasar o poste, depois Abraham trabalhou bem no corredor central para lançar a entrada de Ibañez mas o remate foi travado por Sportiello e mais uma vez Abraham apareceu descaído sobre a esquerda para rematar colocado mas para nova defesa do guarda-redes da Atalanta para canto.

A segunda parte começou de novo com a Roma a tentar apertar o cerco à área do conjunto de Bérgamo, com dois lances na área contrária que motivaram grandes protestos sempre com Zaniolo e Caleb Okoli e que levaram mesmo a que José Mourinho fosse expulso do banco, sendo agarrado por um elemento do staff da Roma para não sair disparado para o árbitro. Ainda assim, continuaram a ser os romanos a criar oportunidades na baliza contrária já com Belotti e Shomurodov em campo, em especial uma que parecia ser golo mas que acabou por sair ao lado. Entre todas as tentativas, nenhuma desfez o 1-0.