A coordenadora do BE considerou esta segunda-feira que a vitória da extrema-direita nas eleições legislativas de Itália demonstra a “falência da política europeia” e o que acontece quando a direita tradicional normaliza a “política do ódio”.

A vitória da coligação liderada pelo partido de extrema-direita Fratelli d’Italia (Irmãos de Itália), de Giorgia Meloni, “mostra a falência da política europeia, prova que quando se cavam as desigualdades se desacredita a democracia, e quando a democracia fica desacreditada o que cresce é a abstenção e o que cresce são os movimentos da política antidemocrática e da política do ódio”, sustentou Catarina Martins, à margem de uma visita a uma residência universitária, em Lisboa.

A dirigente bloquista acrescentou que este “é um bom momento” para Bruxelas “acordar”, uma vez que a ascensão ao poder de mais uma força de extrema-direita “é um sinal claro da sua falência”.

Catarina Martins advertiu que não podem continuar as “políticas que põem todas as crises a serem pagas por quem vive do seu trabalho”.

No entanto, apontou outro fator que poderá explicar a vitória de Meloni nas legislativas italianas de domingo: “Quando alguém acha que a direita tradicional ganha alguma coisa a normalizar a extrema-direita, engana-se. O que acontece é que a extrema-direita cresce mais. A direita tradicional transforma-se na extrema-direita racista, xenófoba, homofóbica, machista que estamos a ver. Essa lição tem de ser retirada.”

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A direita tradicional “acha que tem ganhos eleitorais” quando normaliza a extrema-direita, mas na opinião de Catarina Martins o que acontece é uma contaminação desses partidos com os ideais antidemocráticos. Assim, torna-se “cada vez mais difícil” fazer a distinção entre direita e extrema-direita, sustentou.

A coligação de direita e extrema-direita, liderada pelos Irmãos de Itália, pode obter entre 41% a 45% dos votos nas legislativas realizadas no domingo em Itália, segundo as sondagens à boca das urnas.

A participação nas eleições gerais da Itália no domingo foi de cerca de 63,81%, abaixo do valor de 72,9% registado nas eleições de 2018, disse a ministra do Interior italiana, Luciana Lamorgese.