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Num texto publicado esta terça-feira de manhã no Telegram, Dmitry Medvedev relançou os receios de ataque nuclear sobre a Ucrânia, ao garantir que as ameaças russas não são “certamente um bluff”.

“A Rússia tem o direito de utilizar armas nucleares, se necessário. Em casos pré-determinados. Em estrita conformidade com os Fundamentos da Política de Estado em matéria de dissuasão nuclear. Se nós ou os nossos aliados formos atacados usando tais armas. Ou se uma agressão usando armas convencionais ameaçasse a própria existência do nosso Estado. O Presidente da Rússia deixou isto explicitamente claro recentemente”, escreveu naquela rede social o ex-presidente e atual presidente adjunto do Conselho de Segurança da Rússia.

“Além disso, tudo faremos para evitar que os nossos vizinhos, que são hostis para connosco, adquiram armas nucleares. Por exemplo, a Ucrânia nazi que é hoje diretamente governada pelos países da NATO”, continuou Medvedev, apelando ao “bom senso e o sentido de autopreservação” dos países do Tratado do Atlântico Norte.

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Compreendam que se a ameaça à Rússia exceder o limite de perigo estabelecido, teremos de responder.”

Após minimizar as exigências feitas à Rússia por parte do “mundo anglo-saxónico” e ridicularizar as posições de líderes como Anthony Blinken e Liz Truss, “a tia de espírito jovem de Londres”, Dmitry Medvedev escreveu ainda que duvida de que a NATO se envolta diretamente no conflito, mesmo em caso de ataque nuclear contra a Ucrânia.

“Afinal de contas, a segurança de Washington, Londres e Bruxelas é muito mais importante para a Aliança do Atlântico Norte do que o destino da Ucrânia moribunda, mesmo que seja abundantemente abastecida com várias armas”, pode ler-se no texto partilhado no Telegram. “O fornecimento de armas modernas é simplesmente um negócio para os países ocidentais, embora densamente misturado com ódio contra nós. Não mais do que isso. Os demagogos transoceânicos e europeus não vão morrer num apocalipse nuclear.”

Na semana passada, num discurso à nação, o Presidente russo deixou o aviso de que iriam usar todas as armas disponíveis para proteger a integridade territorial da Rússia, numa referência ao armamento nuclear. “Para defender a Rússia e o nosso povo, vamos usar todos os meios que temos. Isto não é um bluff”, garantiu.

O Ocidente como inimigo número 1, a mobilização parcial, as falhas na Ucrânia e a ameaça nuclear. O discurso de Putin nas entrelinhas

Garantiremos a integridade territorial da nossa terra-mãe, a nossa independência e a nossa liberdade, repito, com todos os meios de que dispomos.”

Durante a intervenção, Vladimir Putin enalteceu o poderio do armamento russo, que descreveu como mais moderno do que o da NATO, avisando os líderes ocidentais de que o “mal se pode virar contra eles”.