A Assembleia Municipal do Porto aprovou esta segunda-feira, por unanimidade, uma proposta do grupo “Aqui Há Porto” de congratulação pela conclusão das obras e reabertura do Mercado do Bolhão, reconhecendo o “compromisso” do executivo e “postura construtiva” dos partidos.
Na sessão, o eleito pelo grupo municipal “Aqui Há Porto”, Raul Almeida, salientou que a abertura do mercado histórico, a 15 de setembro, foi um “momento alto da vida da cidade”.
“É de elementar justiça fazer nota de homenagem ao presidente da câmara, ao executivo e todas as forças políticas que foram cooperativas, a todos os que ali trabalham, ao público que o visita e a todos aqueles que estiveram envolvidos no projeto”, realçou.
Pelo PSD, o eleito Fernando Monteiro congratulou o executivo pela conclusão da obra, à semelhança do eleito socialista Rui Lage.
Além de destacar o papel do executivo na conclusão da empreitada, a eleita do BE, Elisabete Carvalho, destacou a “coragem” dos comerciantes e de todos os que se “mobilizaram” para impedir que o mercado centenário se transformasse num centro comercial.
O deputado único do PAN, Paulo Viera de Castro, destacou o momento da reabertura do espaço, “pelo qual todos esperávamos há muito”, afirmou.
Já o eleito pela CDU, Rui Sá, lembrou que durante todo o processo de reabilitação do Mercado do Bolhão, as forças políticas tomaram posições diferentes e que, “nem todos estiveram do mesmo lado”.
Na moção de congratulação pela abertura do mercado, o grupo municipal “Aqui Há Porto” destaca que depois de anos “de abandono público e degradação”, “diferentes visões e projetos”, projetou-se, em 2018, um Bolhão “no futuro”.
“Foram mais de 35.000 os visitantes do Bolhão no memorável dia da sua inauguração, uma verdadeira festa do Porto para o Porto, onde os protagonistas foram, em primeiro lugar, aqueles que o fazem todos os dias”, refere o documento, acrescentando que número diário de visitantes “continua acima dos 30 mil” e que este é “o melhor indicador da razão de ser” da obra.
Em 15 de setembro, o Mercado do Bolhão reabriu as portas à cidade do Porto e aos comerciantes que há mais de quatro anos aguardavam por voltar à “casa” que está, depois de quatro tentativas nos últimos 34 anos, por fim, reabilitada.
Com 81 bancadas, 38 lojas e 10 restaurantes, o Bolhão acomoda os frescos no piso térreo e os restaurantes no piso superior. No exterior, ficarão as lojas e, no interior, haverá ainda espaço para acolher pequenos mercados temporários.
Alvo de uma obra de restauro “exigente”, consignada a 15 de maio de 2018, o Mercado do Bolhão estava suportado por andaimes desde 2005, devido a um alegado risco de ruína que só não levou ao seu encerramento porque os comerciantes o impediram.
A empreitada de restauro e modernização foi adjudicada ao agrupamento Alberto Couto Alves S.A e Lúcio da Silva Azevedo & Filhos S.A, por 22,379 milhões de euros, contudo, veio a custar mais 15% do que inicialmente previsto, passando para cerca de 26,4 milhões de euros.
O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), António Cunha, presente na abertura do espaço, recordou que a obra “constitui o maior investimento financiado pelo Norte 2020, com um apoio de quase 15 milhões de euros de fundos europeus geridos pela comissão”.
A pandemia da Covid-19 e “várias vicissitudes” condicionaram a conclusão dos trabalhos – prevista para 15 maio de 2020 – e tornaram necessário o reajustamento do prazo por mais dois anos e quatro meses.