O Twitter foi a rede social escolhida pelo empresário Elon Musk para uma sondagem que teve como resposta uma onda de críticas. Mais uma vez, a soma de Twitter+Elon Musk corre mal ao empresário.

Na sondagem, Elon Musk sugere repetir os referendos nas quatro regiões, mas desta vez sob a supervisão da ONU; que a Crimeia seja reconhecida formalmente como território russo e o abastecimento de água à região seja garantido e que a Ucrânia permaneça neutra. E isto, seria, para Elon Musk a fórmula para a paz. Se do lado ucraniano não recebeu aplausos, o Kremlin fala num “passo positivo”.

Além da sondagem, Musk acrescenta que “este será provavelmente o desenlace do conflito” e que é “apenas uma questão de quantas pessoas morrem até lá”.

“Vale a pena notar ainda que um dos desfechos possíveis para este conflito, ainda que seja pouco provável, é uma guerra nuclear”, escreveu ainda Musk noutro comentário à sondagem.

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A resposta não se fez esperar, com o próprio Zelensky a criar uma sondagem: “De qual Elon Musk gostam mais?”. As alternativas são só duas: “O que apoia a Ucrânia” ou “O que apoia a Rússia”.

Seguindo-lhe as pisadas, o próprio conselheiro do Presidente ucraniano, Podolyak, respondeu a Musk com “uma proposta melhor”. Para os ucranianos, a proposta previa a recuperação de “todo o território, incluindo a Crimeia”; “a Rússia procede à desmilitarização e desnuclearização, para deixar de ser uma ameaça para outros” e “os prisioneiros de guerra são julgados por um tribunal internacional.”

Noutro Tweet, Podolyak acabou por dizer que um “Tesla é com certeza um bom carro, mas hoje prefiro HIMARS”, os mísseis de maior alcance que os EUA vão enviar à Ucrânia para ajudar no combate.

Dos mais de 22 mil comentários ao Tweet que já recebeu, o empresário norte-americano conta vários embaixadores da Ucrânia, incluindo a própria embaixadora nos Estados Unidos. Oksana Markarova sugeriu dar “um briefing exclusivo” a Elon Musk “sobre a verdadeira história da Crimeia e da Ucrânia”.

“Podemos discutir como a Ucrânia e os tártaros da Crimeia lutaram juntos contra os russos muito antes de 1783”. “Qualquer um pode cair e ser vítima da desinformação”, disse a embaixadora da Ucrânia nos Estados Unidos a Elon Musk.

Já o embaixador da Ucrânia na Alemanha, Andriy Melnyk, foi mais curto nas palavras: “Vai-te lixar é a minha resposta diplomática para ti, Elon Musk”.

Kremlin fala em “passo positivo” de Elon Musk

Com as críticas a aumentar do lado ucraniano, no Kremlin entende-se a publicação como um “passo positivo”. Em conferência de imprensa, o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov afirmou que é “um passo positivo que alguém como ele procure uma solução para uma resolução pacífica do conflito”.

Também o ex-presidente russo Dmitri Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação da Rússia escreveu no Telegram que Musk “esteve bem”: “Digno de conferir um título de oficial extraordinário”.

“Numa próxima publicação poderá dizer alguma coisa sobre a Ucrânia ser um estado artificial”, acrescentou ainda o antigo líder do Kremlin.