O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou esta segunda-feira que cerca de 9.000 milhões de euros “estão muito longe” do necessário para acabar com a crise de segurança alimentar no mundo, à qual estão expostos “48 países”.
A afirmação foi feita pela diretora do FMI, Kristalina Georgieva, no decorrer de um fórum de segurança alimentar em Riade, na Arábia Saudita, onde recordou que as organizações humanitárias estimam que são necessários mais de 50.000 milhões de dólares (quase 51.000 milhões de euros) “só para evitar que as pessoas morram de fome”.
O FMI identificou três formas de abordar a crise, que são a inversão da produtividade agrícola, a proteção do produto para que chegue ao consumidor e os países conseguirem capacidade financeira para aceder a financiamento de baixo custo.
“É o maior problema com solução”, assegurou Georgieva, para quem “esta crise é uma chamada de atenção para todos nós, enquanto comunidade, para ajudarmos a resolver o problema”.
Nesse sentido, destacou que as prioridades do FMI são “ajudar os países a desenvolver políticas corretas”, a aumentar a margem fiscal e a desenvolver uma agricultura “resiliente ao clima”.
“Este ano vimos na Índia, na Europa e nos EUA uma redução significativa da produção agrícola devido a acontecimentos climáticos”, lembrou.
Por isso, acrescentou que a fome não tem impacto apenas físico nas pessoas, mas também na sua “perda de dignidade”.
E há uma perda de capacidade intelectual. As crianças desnutridas nunca atingem todo o seu potencial. Estamos e perdê-lo por culpa da fome”, lamentou.
A diretora do FMI recordou também que mais de 40 milhões de pessoas, só no mundo árabe, estão expostas à fome a agradeceu ao Grupo de Coordenação Árabe o seu recente anúncio de doação de 10.000 milhões de dólares (10,2 mil milhões de euros) para aliviar a crise mundial de fornecimento alimentar.