Tal como previsto, a Mercedes procedeu ao facelift dos seus modelos mais compactos, rejuvenescendo as variantes hatchback e berlina do Classe A, bem como o monovolume Classe B. Por fora, as modificações exigem um olhar determinado a descobrir as diferenças, enquanto no interior as alterações visam essencialmente melhorias em termos de equipamento e uma simplificação das opções. A nível mecânico, o destaque vai para as mecânicas a gasolina, todas elas electrificadas com um sistema mild hybrid, e para as versões híbridas plug-in, que passam a oferecer uma maior autonomia em modo eléctrico.

Comecemos justamente pela revisão das motorizações. No Classe A, toda a oferta a gasolina (motores de quatro cilindros com 1,3 ou 2,0 litros) passa a contar com o apoio de um sistema eléctrico de 48V, que fornece uns adicionais 10 kW de potência. A oferta de motores do Classe B norteia-se pelo mesmo raciocínio: nos diesel não há alterações, mas todos os blocos a gasolina usufruem de um sistema mild hybrid de 48V, que auxilia o motor de combustão, além de funcionar como motor de arranque e gerador de corrente para alimentar a rede eléctrica de 12V do veículo. Com esta leve electrificação, desaparece a caixa manual nos Classe A e B a gasolina, cedendo o seu lugar à transmissão automática DCT de sete ou oito velocidades, o que varia com a versão.

Assegurada a ligeira hibridização dos motores a gasolina, a Mercedes concentrou-se depois em fortalecer os argumentos dos seus híbridos plug-in, os “250 e”. No Classe A, o resultado traduz-se num aumento da potência do motor eléctrico, que passa dos anteriores 75 kW (102 cv) para 80 kW (109 cv). Contudo, a potência conjunta do grupo motopropulsor permanece inalterada (218 cv e 450 Nm de binário).

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Mais interessante é que a autonomia em modo eléctrico aumenta 10 km, saltando para os 82 km na berlina e 81 km no hatchback. Isso é alcançado não com uma bateria de maior capacidade bruta (15,6 kWh), mas sim com a Mercedes a libertar mais capacidade útil, embora o construtor não precise quanto. Segundo a marca, é possível ir de 10 a 80% em apenas 25 minutos num posto de carga rápida, com o recarregamento em corrente alternada a ser igualmente agilizado ao admitir agora até 11 kW de potência. Não obstante, o renovado Classe A precisa de mais oito décimos para superar a barreira dos 0 a 100 km/h (7,4 segundos para o hatch e 7,5 para o sedan) e vê a velocidade de ponta baixar 5 km/h (225 e 230 km/h, respectivamente).

Quanto ao Classe B PHEV, beneficia exactamente das mesmas melhorias introduzidas no Classe A, para entregar uma potência combinada de 218 cv e 450 Nm, passando a poder percorrer até 77 km apenas impulsionado pelo motor eléctrico de 80 kW, quando no passado não excedia os 69 km. Em contrapartida, a capacidade de acelerar ressente-se, pois em vez dos anteriores 6,8 segundos para ir de 0-100 km/h, o renovado Classe B vai precisar de 7,6 segundos para cumprir a mesma tarefa. A velocidade máxima cai de 235 para 223 km/h.

Exteriormente, as principais mudanças trazidas pelo facelift dos Classe A e Classe B residem nos grupos ópticos, grelha e pára-choques, a que há que somar novas opções de jantes de até 19 polegadas e uma paleta de cores revista. No interior, a marca da estrela mantém o painel de instrumentos digital de 7 polegadas de série, juntamente com o ecrã sensível ao toque de 10,25 polegadas, que serve de porta de entrada para a mais recente evolução do sistema MBUX. Nota ainda para o novo volante multifuncional e, sobretudo, para a reorganização dos packs de equipamento, a que há que somar uma ampla gama de sistemas de segurança e de ajuda ao condutor, bem como um incremento das possibilidades de personalização, com novas alternativas em termos de acabamentos e revestimentos mais sustentáveis.

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