Os sindicatos da PSP discordaram da proposta de aumentos na ordem dos 100 euros para os novos agentes, considerando que a valorização salarial deve abranger todo o efetivo da Polícia de Segurança Pública.
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro anunciou, esta sexta-feira, que a proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2023 prevê aumentos na ordem dos 100 euros para os novos agentes da PSP e militares da GNR.
“É sempre positivo qualquer que seja o sinal de valorização da carreira policial. Mas por outro lado, é negativo que mais uma vez os polícias mais velhos estejam a ser completamente esquecidos neste anúncio de valorização remuneratória”, refere o Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), num comunicado enviado à Lusa.
O Sinapol considera que a manter-se esta “errada tendência de apenas se valorizar as bases da carreira policial a breve trecho o Governo vai eliminar por completo o princípio de progressão remuneratória nos índices salariais”.
O Sindicato Nacional da Polícia defende que todos “os polícias merecem ser valorizados, sejam polícias com um mês de trabalho ou 30 anos de trabalho”, mantendo também ativa a reivindicação de aumento do subsídio de risco, que deve ser igual ao da Polícia Judiciária.
Também a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) considera que os aumentos salariais devem abranger todo o efetivo e não apenas os novos elementos.
Em declarações à Lusa, o presidente da ASPP, Paulo Santos, recordou que o sindicato enviou, há cerca de um mês, ao ministro da Administração Interna um pedido de alteração das tabelas remuneratórias para todo o efetivo da PSP.
Para Paulo Santos, a medida anunciada por José Luís Carneiro pretende resolver uma “pequena parte do problema” e é “redutora” devido aos elementos que abrange.
O presidente do maior sindicato da PSP disse que esta medida vai ter “repercussões ao nível dos elementos mais antigos”, desconhecendo como vai ser aplicada.
“Este anúncio, através da comunicação social, é estranho porque estamos a falar de matéria com negociação com os sindicatos”, afirmou, lamentando que não estejam envolvidos os sindicatos e nem tenham sido informados.
Paulo Santos disse ainda que este anúncio não vai desmobilizar os polícias dos vários protestos que estão agendados para exigir aumentos salariais.