O presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), Alexandre Meireles, reuniu-se esta quarta-feira com o ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, numa audiência pedida com caráter de urgência, de forma a poder assegurar o futuro do evento que promove a moda nacional, depois deste ter perdido o financiamento comunitário.

“O feedback foi positivo, basicamente disseram-nos que vamos ter até ao final do ano a abertura de um novo quadro comunitário, num modelos que será muito idêntico ao anterior onde já estávamos inseridos”, começa por explicar Alexandre Meireles ao Observador, acrescentando que a organização do certame tem agora “boas perspetivas que o evento de realize no próximo ano”.

Esta poderá ser a última edição do Portugal Fashion. “Cabe ao Governo desbloquear esta questão”

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O Portugal Fashion era tradicionalmente financiado em 85% por fundos europeus, num orçamento total de 900 mil euros, mas com o fim do programa Portugal 2020 esteve em risco de não se realizar no futuro. Apesar do montante do envelope financeiro não ter sido falado durante o encontro, o presidente da ANJE acredita que será “parecido” com os valores com que tem contado nos últimos anos.

“Nas últimas edições temos sido cada vez menos dependentes dos fundos comunitários e iremos continuar a fazer esse caminho. Se tivermos condições simulares às últimas candidaturas, poderemos prosseguir com o trabalho que temos desenvolvido.” Ainda sem calendário para a aprovação das candidaturas, a organização poderá avançar com as contratações necessários para assegurar o evento em março de 2023. “Já em edições anteriores a aprovação do concurso só acontecia depois do evento, isso nunca foi um problema para nós. O importante para nós era ter estas linhas orientadoras, temos agora boas perspetivas, mas ainda sem certezas, claro.”

Recorde-se que a 51.ª edição do Portugal Fashion acontece até sábado, em vários locais da cidade do Porto, numa edição assegurada pela organização, num “esforço e investimento” completamente excecionais por parte da ANJE e de todos os seus parceiros. “Ficar com metade do orçamento de um dia para o outro é uma coisa brutal. Em março tivemos um orçamento de 900 mil euros, sendo 50% deste valor oriundo de fundos comunitários, orçamento esse que passa agora a ser 450 mil euros. Claro que as pessoas vão notar algumas diferenças”, revelou ao Observador, Mónica Neto, presidente do Portugal Fashion.