O multimilionário Elon Musk pagou 44 mil milhões de dólares (praticamente o mesmo em euros) pelo Twitter, tomou o controlo da rede social e afastou o diretor executivo, o diretor financeiro e o conselho geral da empresa, disseram à agência de notícias Associated Press duas fontes familiarizadas com o negócio. O também dono da Tesla já comentou: “O pássaro foi libertado“, escreveu na agora sua rede social.
O despedimento aconteceu poucas horas antes do fim do prazo estabelecido por uma juíza para que fosse finalizado o acordo, ou seja, esta sexta-feira. Espera-se que as grandes mudanças de pessoal sejam a primeira de muitas a realizar por Musk, que prometeu aumentar a base de utilizadores e as receitas da rede social.
De acordo com a Reuters, Parag Agrawal, o CEO, e Nem Segal, o diretor financeiro, foram escoltados para fora da sede do Twitter, em São Francisco, depois de o negócio ter sido fechado. Segundo a BBC, o Twitter ainda não confirmou a compra.
Na própria rede social, Musk escreveu, perto das 5 da manhã (hora de Lisboa): “O pássaro foi libertado”. O magnata tem sido um forte crítico das políticas de moderação do Twitter, juntando-se ao coro de críticas de quem considera que a rede social tem censurado vozes mais conservadoras, uma acusação que a rede social sempre negou.
the bird is freed
— Elon Musk (@elonmusk) October 28, 2022
No início do dia, Musk tentou acalmar os anunciantes do Twitter, dizendo que está a comprar a plataforma para ajudar a humanidade e não quer que esta se torne uma “paisagem infernal livre para todos”.
A mensagem parecia destinar-se a abordar as preocupações dos anunciantes — a principal fonte de receitas do Twitter — de que os planos de Musk para promover a liberdade de expressão, através da redução da moderação de conteúdo, vão abrir a porta a mais toxicidade online e afastar utilizadores.
A razão pela qual adquiri o Twitter é porque é importante para o futuro da civilização ter uma praça comum da cidade digital, onde uma vasta gama de crenças pode ser debatida de forma saudável, sem recorrer à violência”, escreveu Musk, numa rara mensagem longa.
E concluiu: “Existe atualmente um grande perigo de os meios de comunicação social se dividirem em câmaras de eco de extrema direita e de extrema esquerda que geram mais ódio e dividem a sociedade”.O prazo de sexta-feira para fechar o negócio foi ordenado pelo tribunal no início de outubro. É o último passo de uma batalha que começou em abril com Musk a assinar um acordo para adquirir o Twitter, seguindo-se um recuo, levando o Twitter a processar o empresário.
Esta quarta-feira, Elon Musk entrou na sede daquela rede social em São Francisco, nos Estados Unidos, com um lavatório.
Numa publicação no Twitter, o filantropo, que tem três nacionalidades diferentes (sul-africano, canadiano e norte-americano), escreveu: “Entering Twitter HQ – let that sink in!”, que em português traduz-se para algo como “A entrar na sede do Twitter — reflitam”.
O empresário também mudou o seu perfil no Twitter, referindo-se como “Chief Twit”, sendo que em inglês “twit” significa “idiota”, e mudou a sua localização para a sede da rede social em São Francisco, dando indícios da conclusão do negócio.
Segundo o Wall Street Journal, os bancos participantes no financiamento da operação começaram a enviar o dinheiro.
Além disso, a Bolsa de Valores de Nova Iorque, onde o Twitter está listado, avisou que as ações da plataforma foram suspensas antes da abertura das negociações na sexta-feira.