Desde a passada sexta-feira que Elon Musk é oficialmente dono da rede social Twitter, depois de pagar 44 mil milhões de dólares pela empresa. A primeira decisão do homem mais rico do mundo passou pelo despedimento do CEO, do diretor financeiro e da diretora de políticas, mas avizinham-se mais cortes de pessoal.

De acordo com o Washington Post, durante o fim-de-semana um círculo de empregados mais próximo de Elon Musk esteve a desenhar um plano para despedimentos na rede social. Segundo o jornal, haverá planos para despedir cerca de 25% dos trabalhadores do Twitter que, segundo os números divulgados nos resultados anteriores, tem 7.500 funcionários. A confirmarem-se estes 25%, o Twitter poderá despedir 1.875 pessoas.

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Os despedimentos deverão afetar todos os departamentos da companhia, numa tentativa de reduzir custos. Esta fontes apontaram que deverão ser mais afetados as áreas de vendas, produto, engenharia, legal e segurança.

Uma das pessoas que terá estado a trabalhar nestes planos foi Alex Spiro, o advogado que representou Musk no quase julgamento contra o Twitter. Segundo quatro fontes ouvidas pelo jornal, Spiro estará a ter um papel ativo na gestão de várias equipas do Twitter, incluindo a área legal, de relações com governos, políticas e marketing.

O Washington Post viu ainda imagens do diretório da empresa, que já incluirá dois nomes muito próximos de Musk – David Sacks, um dos membros da “PayPal Mafia”, onde trabalhou com Musk, e Jason Calacanis, um conhecido investidor que alegadamente até terá feito lobby para ser CEO do Twitter. Na informação avançada pelo jornal norte-americano, ambos têm emails com domínio da empresa e envergam o título de “engenheiro de software”. Já Musk surge no diretório interno como CEO – embora o título não tenha sido ainda oficializado.

Esta redução de trabalhadores deverá começar já esta terça-feira, 1 de novembro. Durante o fim-de-semana, o New York Times avançou que Musk estaria interessado em fazer os despedimentos antes de dia 1. É a partir desta data que os empregados do Twitter podem receber uma compensação através de ações da companhia. Ao fazer os despedimentos antes da data, o dono do Twitter poderia evitar pagar esta compensação.

Através do Twitter, Elon Musk negou a notícia, sem acrescentar mais informação sobre os planos para os despedimentos.

Uma subscrição que pode incluir o selo azul de utilizador verificado

Durante os seis meses que duraram as peripécias da compra do Twitter, Elon Musk nunca escondeu que queria aumentar as receitas de subscrição de serviços na rede social. O The Verge avança que o dono da Tesla quer que seja possível pagar para se ser um utilizador verificado. Até aqui, é preciso cumprir alguns requisitos para se ser utilizador verificado, mas não é preciso pagar em troca do “selo azul”.

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Musk terá mesmo feito um ultimato aos empregados: ou cumprem o prazo para lançar a verificação paga ou podem abandonar a empresa. A ordem, conta o The Verge, é o de transformar o serviço de subscrição Twitter Blue numa opção mais cara, que inclua também a possibilidade de verificar utilizadores. O prazo terá ficado definido para 7 de novembro, a próxima segunda-feira.

A informação é avançada através de fontes com acesso ao tema e correspondência interna vista pelo The Verge. Atualmente, a subscrição Twitter Blue, que dá acesso a funções como editar tweets ou navegar sem publicidade, custa 4,99 dólares por mês. Pelos planos de Musk, a ideia passará por quadruplicar o valor de subscrição até aos 19,99 dólares mensais.

Segundo a notícia, os utilizadores que sejam atualmente verificados vão ter 90 dias para subscrever o serviço. Caso isso não aconteça, perderão o “selo azul”.

Este domingo, Elon Musk já tinha partilhado no Twitter que “todo o processo de utilizadores verificados está a ser transformado agora mesmo”.

Já esta segunda-feira, Jason Calacanis, que agora também estará entre os empregados do Twitter, partilhou uma sondagem onde perguntou aos seguidores quanto é que estavam dispostos para ter uma conta verificada. As opções disponíveis divergem dos valores apontados pelo The Verge, sendo mencionados valores de subscrição de 5, 10 ou 15 dólares mensais ou a opção de não pagar. Em mais de 899 mil votos na sondagem, cerca de 81% dos participantes dizem que não pagariam por esta opção.