As autoridades de Macau anunciaram uma segunda ronda de testes de ácido nucleico à população, na sexta-feira e sábado, apesar da última ronda, que terminou durante a manhã de quarta-feira, não ter detetado qualquer caso de Covid-19.

Apesar de reconhecer que o território tem “um risco baixo de transmissão”, Leong Iek Hou, do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, disse que era necessária mais uma ronda para “reforçar a segurança comunitária”.

Toda a população terá de realizar um teste de ácido nucleico, com exceção das crianças com menos de um ano, explicou a responsável dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), numa conferência de imprensa.

A segunda ronda vai permitir a Macau “retomar as atividades sociais e económicas” e “continuar a realizar eventos de grande envergadura”, disse Leong, dando como exemplo o 69.º Grande Prémio de Macau.

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O Grande Prémio de Macau, que se realiza de 17 a 20 de novembro, vai ser marcado este ano pelo regresso de pilotos estrangeiros à competição.

“A não ser que haja alguma anomalia [na segunda ronda], não vamos ter mais rondas” de testes, garantiu Leong Iek Hou.

As autoridades de Macau completaram até às 11h de quarta-feira (03h em Lisboa) uma ronda de testes de ácido nucleico a mais de 725 mil pessoas, sem terem encontrado mais nenhum caso positivo de Covid-19.

A ronda foi lançada após a região ter detetado mais de uma dezena de novos casos de Covid-19 na semana passada, incluindo uma mulher croupier de 43 anos, que levou ao encerramento do casino, hotéis, lojas e restaurantes do complexo MGM Cotai.

Na conferência de imprensa de quarta-feira, as autoridades confirmaram que todos os hóspedes e trabalhadores puderam sair do resort, situado na faixa de casinos entre as ilhas da Taipa e de Coloane, depois de terem testado negativo durante três dias seguidos.

Também na quarta-feira, as autoridades da cidade vizinha de Zhuhai detetaram mais dois casos de Covid-19, um dos quais com uma eventual ligação a Macau, e alargaram o confinamento, que se prolonga durante pelo menos sete dias, a uma segunda área da cidade.

A autarquia de Zhuhai já tinha imposto na terça-feira um confinamento e uma ronda de testes de ácido nucleico no distrito de Gongbei, onde se encontram as Portas do Cerco, a principal fronteira entre Macau e a China continental.

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus revelou esta quarta-feira que os dois casos positivos estiveram num centro comercial subterrâneo junto às Portas do Cerco.

Todos os habitantes de Macau que tenham passado pelo centro comercial desde sexta-feira devem realizar testes de ácido nucleico durante três dias consecutivos, disse o Centro, num comunicado.

Também a partir de quarta-feira, todos os passageiros que apanhem um avião ou uma embarcação em Macau, com destino à China continental, têm de apresentar o certificado de teste de ácido nucleico com resultado negativo feito nas 24 horas anteriores.

Macau, que segue a política de casos zero imposta por Pequim, enfrentou em junho e em julho o pior surto de Covid-19 desde o início da pandemia, com as autoridades a decretarem um confinamento parcial.

Desde o início da pandemia, a região administrativa especial chinesa registou seis mortes e mais de 2.573 casos, incluindo assintomáticos, de Covid-19.