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A Rússia e os Estados Unidos estão a debater a possibilidade de, no final do mês, realizarem consultas sobre os respetivos arsenais nucleares estratégicos, podendo retomar as inspeções no âmbito do Tratado de Redução de Armas Estratégicas.

O objetivo de proceder às consultas foi esta terça-feira avançado por dois jornais russos, o Kommersant e o Izvestia, depois de, na segunda-feira à noite, o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, ter confirmado a existência de contactos.

Moscovo e Washington discutem a possibilidade de realizar consultas da comissão bilateral sobre armas estratégicas ofensivas nas próximas semanas”, noticia a edição desta terça-feira do Kommersant.

Segundo o mesmo jornal, o encontro — o primeiro presencial desde o início da campanha militar russa na Ucrânia, em fevereiro — deverá acontecer “no final de novembro ou início de dezembro”, num país do Médio Oriente.

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Anteriormente, estas reuniões eram sempre realizadas em Genebra.

O jornal Izvestia refere, por seu lado, que “se Washington não colocar obstáculos, a reunião para a retoma das inspeções no âmbito do Tratado de Redução de Armas Estratégicas poderá ocorrer em breve”.

Estas informações publicadas pela imprensa russa foram avançadas depois de a comunicação social norte-americana ter revelado que estão em curso conversas de alto nível entre os conselheiros de segurança nacional russos e norte-americanos para reduzir as tensões entre os dois países, especialmente as relacionadas com a eventual utilização de armas nucleares.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zajárova, também disse esta terça-feira, sem detalhar, que Moscovo mantém “contactos específicos” com Washington sobre assuntos “que o exigem”.

“Estamos abertos ao diálogo sobre questões de interesse mútuo”, afirmou, citada pela agência TASS.

A Ucrânia tem alertado para a possibilidade de a Rússia usar armas nucleares, tendo o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky adiantado, numa entrevista dada em outubro à britânica BBC, que Moscovo ainda não está pronta para usar esse tipo de armamento, mas está a preparar-se.

Na mesma altura, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que a ameaça russa de usar armas nucleares colocou o mundo mais perto do Armagedom do que qualquer outro momento a seguir à crise dos mísseis de Cuba, durante a Guerra Fria.