A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai fazer um pagamento extraordinário aos trabalhadores em dezembro, que conforme a remuneração de cada um ficará entre 600 e 900 euros, revelou o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC). Só vão ter “bónus” os trabalhadores que ganham até 2.700 euros por mês, brutos, a mesma fasquia que foi utilizada pelo Governo para o pagamento dos 125 euros em outubro.
A informação já foi, entretanto, confirmada por fonte oficial do banco público. “A Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos, consciente que o aumento inusitado da inflação tem afetado de forma anormal o rendimento disponível dos seus colaboradores, particularmente daqueles que integram agregados familiares que auferem remunerações mais baixas, decidiu implementar as seguintes medidas:
- Um pagamento extraordinário, no mês de dezembro, de acordo com os seguintes escalões de rendimento mensal, considerando, para o efeito, todas as rubricas remuneratórias regulares e subsídio de refeição:
Valor igual ou inferior a 1.500 euros – 900 euros
Valor acima de 1.500 euros e igual ou inferior a 2.700 euros – 600 euros; - Além disso, prevê-se a possibilidade de antecipar até 50% do subsídio de Natal durante o 1.º semestre de 2023 ou de recebimento da totalidade do subsídio de Natal em duodécimos;
- O banco fala, também, numa “majoração dos prémios e incentivos a pagar em 2023”;
A Comissão Executiva entende que a Caixa está hoje melhor preparada para enfrentar os tempos difíceis que vivemos e que os seus colaboradores desempenham um papel fundamental no serviço prestado às famílias e empresas portuguesas continuando atenta à sua remuneração particularmente daqueles que estão mais vulneráveis neste período que atravessamos”, diz fonte oficial do banco.
A notícia surge no dia em que o banco público apresenta os resultados relativos aos primeiros nove meses do ano. A administração da CGD, liderada por Paulo Macedo, reuniu-se esta quarta-feira, “com carácter de urgência”, com o mesmo sindicato e para se discutirem medidas para compensar os trabalhadores num contexto que o sindicato sublinha ser de “histórica inflação”. Também se falou da revisão da tabela salarial intercalar e excecional deste ano – mas aí o sindicato lamenta que a administração “não esteja disponível” para chegar a um acordo.
“Os trabalhadores e reformados da CGD confrontam-se agora com uma brutal redução do seu poder de compra, muito superior a qualquer aumento salarial atribuído em anos anteriores”, afirma o sindicato. Embora considere o “bónus” uma decisão positiva, o sindicato critica a administração pela “morosidade”, pelo facto de “outros bancos e até mesmo empresas de bem menor dimensão já o terem feito”.