Cerca de 380 crianças com hemofilia ou outras doenças do sangue foram infetadas com VIH (vírus da imunodeficiência humana adquirida que leva à sida) através de produtos sanguíneos contaminados do Serviço Nacional de Saúde britânico (National Health Service) nas décadas de 1970 e 1980.

De acordo com a BBC, uma nova estimativa realizada pela Infected Blood Inquiry — inquérito que examina em que condições homens, mulheres e crianças receberam no Reino Unido sangue infetado e/ou produtos sanguíneos infetados — permite perceber que quase uma em cada três pessoas infetadas naquele é considerado o maior desastre de tratamentos na história do NHS eram crianças.

Cerca de 1,250 pessoas com doenças sanguíneas foram infetadas com VIH no Reino Unido quando receberam Fator VIII, um novo tratamento que substituía a proteína de coagulação que lhes faltava no sangue. Aproximadamente metade morreu antes que os medicamentos antirretrovirais ficassem disponíveis.

A Sky News explica que os números anteriormente revelados apontavam para, no mínimo, 175 crianças infetadas. A nova estimativa foi baseada na proporção de crianças entre as pessoas com distúrbios hemorrágicos, utilizando dados publicados na revista Lancet em 1996 e dados fornecidos pela Organização de Médicos de Hemofilia no Reino Unido (UK Hemophilia Doctors’ Organisation).

De acordo com a Sky News, a situação ocorreu quando o Reino Unido teve dificuldades em atender à procura por tratamentos para combater a hemofilia e outras doenças do sangue. O país terá importado produtos sanguíneos infetados dos EUA.

O mesmo site refere que os doentes não sabiam que estavam a ser tratados com produtos contaminados de pessoas, incluindo reclusos e toxicodependentes, que estavam a ser pagas para doar sangue. Décadas após as primeiras contaminações, novos casos de VIH continuaram a ser diagnosticados.

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