O novo secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo, considera que a força partidária se renova “todos os dias”, algo que ficou patente na última conferência nacional do último fim de semana. “A capacidade de renovação acabou por afirmar-se.” 

Numa entrevista à CNN Portugal, Paulo Raimundo destaca também que a formação da gerigonça foi de “grande importância” e foi a “decisão certa” de que o PCP não podia abdicar. “Não estamos arrependidos, conseguimos consagrar naquela conjetura várias medidas, tão significativa que agora já estão andar para trás pelo PS”, atirou.

Não rejeitando que a gerigonça tenha tirado votos ao PCP, Paulo Raimundo diz que o partido tem uma força que não pode ser menosprezada, nomeadamente com seis deputados na Assembleia da República e com 19 autarquias comunistas. “Estamos muito confiantes na luta eleitoral”, garante o secretário-geral, que recorda que, no passado, já houve momentos complicados.

Paulo Raimundo recusa também que falte democracia ao PCP: “Pelo contrário, a minha opinião tem de ser inserida no coletivo”. “Ambicionamos o poder, é por isso que cá estamos”, assinalou.

Sobre a guerra na Ucrânia, o novo secretário-geral dos comunistas caracteriza a posição do partido como “simultaneamente simples e complexa”. “Simples, porque somos contra a guerra. A guerra não é solução, faz milhares de mortos e refugiados. Defendemos a paz desde o primeiro minuto em todos os minutos da guerra”.

Contudo, Paulo Raimundo admite que haja “equívoco e confusão” por parte da opinião pública, mas explica que o conflito “não se iniciou a 24 de fevereiro”. “Há um conflito que está para lá da Ucrânia”, refere, voltando a apontar o dedo aos Estados Unidos, à União Europeia, à NATO e também à Rússia.

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